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Governo Lula atualiza Lista Suja de trabalho escravo e expõe 155 novos nomes

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Governo Lula atualiza Lista Suja de trabalho escravo e expõe 155 novos nomes

Com foco em transparência e erradicação das formas modernas de escravidão, o Ministério do Trabalho atualiza cadastro com destaque para os setores de agropecuária, café e trabalho doméstico

Divulgação-MTE

Ação do MTE está alinhada ao ODS) 8.7 da Agenda 2030 da ONU, que busca eliminar o trabalho forçado, a escravidão moderna e o tráfico de pessoas

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho, atualizou nesta quarta-feira (9) a Lista Suja, com o cadastro de empregadores que submeteram trabalhadores e trabalhadoras a condições análogas à escravidão.

Nesta nova edição, 155 novos nomes foram incluídos, evidenciando o fortalecimento das ações de fiscalização e transparência no governo Lula. Ao mesmo tempo, 120 empregadores foram retirados por já terem cumprido os dois anos obrigatórios de permanência no cadastro.

A lista, publicada semestralmente, é regulamentada pela Portaria Interministerial nº 18, de 2024, e tem como objetivo assegurar o direito à informação e a publicidade dos atos da administração pública, conforme previsto na Constituição e na Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).

Setores com mais violações

Entre os 155 empregadores incluídos, os principais setores com ocorrência de trabalho análogo à escravidão foram:

– Criação de bovinos: 21 empregadores
– Cultivo de café: 20 empregadores
– Trabalho doméstico: 18 empregadores
– Produção de carvão vegetal: 10 empregadores
– Extração de minerais diversos: 7 empregadores

O número expressivo de casos no trabalho doméstico acende um alerta sobre violações dentro de residências privadas, espaços historicamente marcados por invisibilidade e informalidade.

Leia mais: Com resgate de 2 mil brasileiros em 2024, Brasil avança no combate ao trabalho escravo

Processo criterioso

A inclusão na Lista Suja ocorre somente após a conclusão de um processo administrativo, no qual é garantido o direito à ampla defesa do empregador.

Os autos de infração lavrados durante as fiscalizações descrevem detalhadamente as condições degradantes de trabalho. A decisão final, sem possibilidade de recurso, é requisito para a publicação do nome no cadastro.

O Supremo Tribunal Federal (STF), em 2020, reconheceu a constitucionalidade da Lista Suja, afirmando que a medida não configura punição, mas sim uma ferramenta de transparência ativa da administração pública.

Com o governo Lula, em 2024, o Brasil deu passos significativos na erradicação do trabalho escravo com o resgate de 2.004 trabalhadores, assegurando a mais de 5.700 pessoas seus direitos trabalhistas.

Direitos garantidos e reparação às vítimas

Além do resgate, o governo Lula assegura direitos às vítimas. Os trabalhadores e trabalhadoras resgatadas recebem três parcelas do Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado (SDTR), cada uma no valor de um salário-mínimo, além de acolhimento na rede de Assistência Social para facilitar a reintegração.

Desde 2003, mais de R$ 155 milhões em verbas rescisórias foram pagos às vítimas. A medida combate irregularidades, promove dignidade e reconstrução para os trabalhadores resgatados.

Leia mais: Operação Resgate III retira 532 trabalhadores em condições análogas à escravidão

Governos Lula e Dilma na luta contra o trabalho escravo

Em 31 de julho de 2003, há 20 anos, o presidente Lula estava nos primeiros meses de seu primeiro mandato e assinou decreto que criou a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), vinculada à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. De 2003 a 2013, governos Lula e Dilma, mais de 40 mil pessoas foram resgatadas de situações análogas à escravidão.

Em outubro de 2017 o golpista Michel Temer assinou portaria que alterou os parâmetros e amenizou a fiscalização, que seguiu enfraquecida nos anos de Bolsonaro. Antes da mudança, eram usados conceitos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Código Penal para determinar o que é trabalho escravo.

Em abril de 2023 o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) retomou a publicação da lista suja da exploração de mão de obra.

“Elaborada desde 2003, a lista suja era atualizada a cada seis meses, mas passou por instabilidades e pressões para que não fosse divulgada nos governos dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro”, divulgou o jornal Correio Braziliense em 05/04/2023.

O MTE, por meio de 1.035 fiscalizações realizadas em 2024, assegurou o pagamento de mais de R$ 7 milhões em verbas rescisórias às vítimas. Além disso, o programa fortalece ações interinstitucionais, envolvendo órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal e a Defensoria Pública da União.

Leia mais: Com governo Lula, Brasil bate recorde no resgate de vítimas de trabalho escravo

Compromisso com os direitos humanos

A ação do MTE está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 8.7 da Agenda 2030 da ONU, que busca eliminar o trabalho forçado, a escravidão moderna e o tráfico de pessoas.

O Brasil, por meio de iniciativas como o fortalecimento da Lista Suja, reafirma seu compromisso com os direitos humanos e com a erradicação das piores formas de trabalho.

Canal de denúncias

A população pode denunciar casos de trabalho análogo à escravidão de forma remota e anônima por meio do Sistema Ipê, ferramenta lançada em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O sistema é integrado ao Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas do Trabalho Escravo e garante segurança às vítimas e denunciantes.

Confira a íntegra da lista

Da Redaçãocom informações do MTE