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Argentina fará, no sábado, marcha antifascista e antirracista convocada por LGTB+

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Argentina fará, no sábado, marcha antifascista e antirracista convocada por LGTB+

 

Centrais Sindicais confirmam apoio institucional e mobilizam trabalhadores para o ato contra discurso e políticas de Milei

 

CGT decidiu participar das manifestações após se reunir com representantes das Mães da Praça de Maio e diversas organizações de direitos humanos.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) anunciou seu apoio à Marcha Federal Antifascista e Antirracista convocada pelo coletivo LGTBIQ+ para este sábado, 1o. de fevereiro. O sindicato se soma às duas CTAs (Confederação dos Trabalhadores Argentinos) e aos movimentos sociais que já haviam declarado adesão à mobilização, que promete ser uma das maiores manifestações desde o início do governo de ultradireita de Javier Milei. A marcha está marcada para as 16h, saindo do Congresso e seguindo até a Praça de Maio, em repúdio ao discurso e às políticas consideradas anti-direitos do governo.

CGT volta às ruas contra Milei

A adesão das centrais à marcha marca o retorno do sindicato às mobilizações de forma orgânica, após meses de ausência nas ruas. A secretária de Direitos Humanos da CGT e dirigente do sindicato judiciário da UEJN, Maia Volcovinsky, afirmou que o apoio é uma resposta às políticas de Milei, que, segundo ela, “ultrapassam constantemente os limites em termos de direitos humanos e no seu discurso contra as minorias sexuais”.

O secretário-geral da CTA dos Trabalhadores e deputado nacional, Hugo Yasky, também destacou a importância da adesão sindical. “Acho saudável a resposta que a sociedade está dando às declarações do presidente. Isso fala bem do nosso povo. Milei tenta construir um novo inimigo interno todos os dias e está cavando sua própria cova”, afirmou.

Declarações polêmicas de Milei impulsionam mobilização

O estopim da mobilização foram as recentes declarações de Milei no Fórum Econômico de Davos, onde o presidente classificou o coletivo LGTBIQ+ como “pedófilos”. As palavras causaram forte rechaço de diversos setores sociais e políticos, levando a uma resposta organizada da sociedade civil. Com isso foi protocolado um terceiro pedido de impeachment no Congresso.

Diante do crescente repúdio, o governo tentou amenizar o impacto das declarações. O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou que Milei não atacou o feminismo ou os direitos das minorias, mas sim “denunciou um negócio por trás dessas causas”. Segundo ele, “o presidente defende rigorosamente a escolha de cada ser humano”.

Nas redes sociais, Milei reafirmou sua posição ao publicar um infográfico intitulado “O dicionário do canhoto”, onde sugere que suas críticas são distorcidas por adversários políticos.

Direitos humanos e memória histórica também em pauta

Além da defesa das minorias sexuais, as centrais também incluiram na sua agenda de reivindicações a proteção dos espaços de memória, que vêm sendo esvaziados pela administração Milei. O vice-secretário da CGT, Héctor Daer, enfatizou: “A luta pelos direitos humanos não acabou nem pode ser esquecida”.

A decisão da CGT de aderir à marcha foi consolidada após uma reunião com representantes das Mães da Praça de Maio e outras organizações de direitos humanos. Daer destacou que as políticas de Milei representam “uma regressão social” e reafirmou a presença dos trabalhadores na manifestação.

Perspectivas e próximos passos

A Marcha Federal Antifascista e Antirracista deste sábado promete ser um marco na oposição popular ao governo Milei. A presença maciça de movimentos sociais, sindicatos e grupos de direitos humanos indica um fortalecimento da resistência às políticas reacionárias do presidente.

Os sindicalistas, além de sua participação na marcha, também articulam ações no Congresso para barrar as reformas trabalhistas propostas pelo governo. Segundo Daer, “se Milei continuar sua estratégia de preços livres e salários congelados, ele estará fomentando um conflito social de grandes proporções”.

O ato deste sábado será um teste de força entre os setores sociais organizados e a gestão de Milei, que enfrenta uma crescente pressão interna e internacional por suas polêmicas declarações e medidas governamentais.

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