A ESCALADA DO DÓLAR
A ESCALADA DO DÓLAR
Por: Júlio Paschoal
Para o presidente do Banco Central em entrevista a veículos de comunicação o país experimentou nas últimas semanas uma saída muito forte de dólares.
Tanto ele como o presidente que irá assumir a partir de primeiro de janeiro, esse indicado pelo governo atual e aprovado pelo Senado como de praxe, disseram que não houve ataques especulativos contra o real.
A linha que seguiram foi a de que além das remessas normais para se cumprir com contratos no exterior, empresas e pessoas físicas enviaram muitos dólares ao exterior o que submeteu a forte valorização da moeda estrangeira.
Tudo tem uma causa, mas qual seria a causa? A meu ver uma tentativa de desestabilizar o governo federal de forma um tanto sútil para que isso não viesse a ser demonstrado.
Como temos visto pelas operações da policia federal foram várias as tentativas por intengrantes do governo anterior de não permitir que o atual presidente, fosse inicialmente diplomado, posteriormente viesse a tomar posse e conseguisse governar. Todas frustradas portanto outra forma viria a ser tentada.
Ficou claro que havia uma sinergia negativa entre o mercado financeiro, Banco Central e Congresso Nacional, para que de fato isso viesse a ocorrer e arma a ser utilizada seria o câmbio.
Os atores desse processo só não imaginaram que a desvalorização da moeda nacional chegasse ao valor de R$6,30 com fôlego para subir mais. Se ultrapassasse desse valor colocaria em xeque a inflação, que poderia subir muito e prejudicando a população de maneira geral.
O caos se instalou no mercado de câmbio a autoridade monetária que no governo anterior teria intervido 123 vezes, tinha feito apenas 1 intervenção até o dia 16 de dezembro, mesmo havendo uma escalada da moeda estrangeira.
O mercado financeiro alardeava que o déficit fiscal de 200 bilhões de reais colocava em xeque o cumprimento das obrigações fiscais do governo federal. Isso aumentava a incerteza no mercado e por fim o congresso nacional não colocando o projeto de corte de gastos proposto pelo executivo na pauta do dia apreciava ainda mais o dólar, colocando a governabilidade em questão.
O ambiente estava armado restava naquele momento ao Banco Central elevar ainda mais os juros básicos da economia para 12,25% e ja acenar para que nas próximas reuniões do comitê de politica monetária esse venha a alcançar 14,25% ou mais dependendo da gana do mercado financeiro.
Os juros aumentaram e câmbio não cedeu e não irá ceder por esse tipo de intervenção porque a inflação não é de demanda e sim de custos. O remédio a ser dado para reduzi-la não é o de aumentar os juros e sim reduzir para ao invés de travar a economia estimula-lá a crescer e derrubar todos os indicadores negativos em relação ao PIB, principalmente o déficit fiscal.
Diante de todo ocorrido percebe-se que a crise no mercado de câmbio patrocinada direta ou indiretamente por esses três atores é muito mais política ideológica do que econômica.