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Copom dissimula, cita “incerteza” nos EUA e eleva Selic a 11,25% ao ano

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Copom dissimula, cita “incerteza” nos EUA e eleva Selic a 11,25% ao ano

 

“O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos”, indicou a ata do Copom

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central surpreendeu apenas parcialmente os agentes do mercado nesta quarta-feira (6), ao anunciar a elevação da Selic (a taxa básica de juros) de 10,75% para 11,25% ao ano. A alta já era esperada e precificada – até mesmo o tamanho do ajuste, de 0,5 ponto percentual, estava previsto.

Mas, ao menos na ata divulgada pelos membros do Copom após a reunião, o foco não foi a tradicional ofensiva do mercado contra o governo Lula. Para justificar o aumento, o comitê preferiu focar nos Estados Unidos, um dia após a eleição do republicano – e imprevisível – Donald Trump para a Casa Branca.

“O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos”, indica a ata. Segundo o Copom, esse cenário “suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed” (o Banco Central norte-americano).

Em junho de 2022, após uma série de 11 altas seguidas sob o governo Jair Bolsonaro, o Copom, já presidido por Roberto Campos Neto, levou a Selic ao estratosférico patamar de 13,75% ao ano. O índice só começou a cair, gradualmente, a partir de agosto de 2023, oito meses depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Planalto.

As duas últimas reuniões, porém, foram de reajustes ao gosto da Faria Lima: a Selic passou de 10,50% em julho para 10,75% em setembro, até chegar, agora, a 11,25%. Com isso, conforme levantamento compilado pelo MoneYou, o Brasil é o quarto país com a maior taxa nominal, atrás apenas de Turquia (50%), Argentina (35%) e Rússia (21%).

Com relação à taxa de juros reais – calculada pela diferença entre os juros nominais e a inflação prevista para os próximos 12 meses –, a situação não é muito diferente. No caso do Brasil, com a nova Selic, os juros reais avançaram de 7,33% para 8,08%. Hoje, o País só não está pior que Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%).

A próxima reunião do Copom está marcada para 10 e 11 de dezembro.

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