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Marina chama deputados bolsonaristas de ambientalistas de conveniência

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Marina chama deputados bolsonaristas de ambientalistas de conveniência

 

“São ambientalistas de conveniência, que nunca fizeram nada pelo meio ambiente e agora vêm com esse papinho de preocupação com incêndio”, disse a ministra na Câmara

 

(Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, respondeu duramente as críticas de deputados bolsonaristas que chegaram a lhe chamar de “incompetente” por causa da crise climática no país.

“São ambientalistas de conveniência, que nunca fizeram nada pelo meio ambiente e agora vêm com esse papinho de preocupação com incêndio, de preocupação com enchente. Isso é papinho de ambientalista de conveniência”, disse a ministra durante audiência na Comissão da Agricultura da Câmara nesta quarta-feira (16).

Aa críticas partiram do próprio presidente do colegiado, Evair Melo (PP-ES), da deputada Julia Zanata (PL-SC), do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e do ex-ministro da pasta ambiental no governo Bolsonaro, deputado Ricardo Salles (Novo-SP). Este último ficou famoso ao propor “passar a boiada” para desregulamentar a legislação ambiental.

De acordo com eles, a ministra não teria condições de gerir a pasta, porque estaria sob influência de ONGs internacionais.

Leia mais: Marina Silva defende marco regulatório para emergência climática

“Quem realmente, ministra Marina Silva, manda na Amazônia? O Governo Lula ou os financiadores internacionais? A senhora não é capacho de ONG?”, questionou Zanata.

“Capacho é quem faz discurso de encomenda, mesmo conhecendo a biografia de uma pessoa, faz discurso de encomenda para fazer lacração. Eu sou uma pessoa que penso por mim mesma. Capacho é quem vem aqui com falinha mansa fazer acusação inverídica. Isso é ser capacho”, devolveu a ministra.

Marina afirmou essas preocupações ambientais poderiam se refletir na prática e “fizessem parte da vida e do cotidiano das pessoas que falam com tanta veemência sobre essas preocupações ambientais”.

Agronegócio

A ministra também se defendeu da acusação de “inimiga do agronegócio”. Ela afirmou lutar por um meio ambiente equilibrado, também fundamental para a produção agrícola.

“Eu estou trabalhando na prática. Eu sou ministra e digo para a senhora que eu agradeço a Deus, porque eu fico imaginando: se o desmatamento continuasse aumentando em 50%, como estaríamos? Se as equipes do ICMBio continuassem intimidadas, tendo que marcar ponto para conversar com jornalistas, como estaríamos? Se nós continuássemos naquela situação, em que o Ministério do Meio Ambiente viu ser desfeita a Secretaria de Mudança do Clima, viu ser separado o Fundo Amazônia, viu serem separadas as políticas ambientais do governo, como estaríamos?”, indagou.

Caso o desmatamento continuasse, a ministra disse que a situação poderia ser incomparavelmente pior, porque um dos vetores é o incêndio em função das derrubadas. “E aí nós temos um fenômeno novo: agora nós temos algo em torno de 32% de incêndios em conformação florestal”, disse.

A ministra esclareceu que atualmente dos 80% dos focos de incêndios estão controlados. “Aumentando os orçamentos, aumentando a nossa governança, inclusive criando novos paradigmas, como esse que falei sobre emergência antecipada: se nós decretarmos emergência climática antecipadamente, nós podemos estocar cesta básica, alimento, combustível e remédio até três a quatro meses antes”, lembrou.

Ela também destacou a medida provisória de crédito extraordinário de R$ 514 milhões para enfrentar os incêndios florestais.

De acordo ela, a seca histórica foi enfrentada a partir de Sala de Situação com representantes de mais de 20 ministérios.

O alerta de emergência ambiental foi dado por meio de portaria do governo federal em fevereiro; porém, a ministra disse que alguns estados só assinaram decretos de proibição de uso de fogo quando as queimadas se avolumaram.

Três mil brigadistas foram contratados para reforçar as equipes do Ibama e do ICMBio. Segundo Marina, o cenário seria mais grave se o governo Lula não tivesse retomado ações de combate ao desmatamento paralisadas no governo anterior, como o Fundo Amazônia e os planos de ação para prevenção e controle do desmatamento.

Com informações da Agência Câmara

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