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Provocações de Marçal inviabilizam debate e terminam em cadeirada

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Provocações de Marçal inviabilizam debate e terminam em cadeirada

 

Candidato do PRTB foi agredido com uma cadeira por Datena durante debate da TV Cultura. Ex-coach deixou programa, que continuou com outros candidatos repudiando a violência

 

Foto: Reprodução

O sexto debate para a eleição municipal de São Paulo, organizado pela TV Cultura neste domingo (15), chegou ao ápice do baixo nível político e foi marcado pela violência e por provocações de baixo calão. O quarto bloco precisou ser interrompido depois que o apresentador de TV José Luiz Datena lançou uma cadeira no candidato Pablo Marçal (PRTB), após novas provocações do ex-coach, que acusou Datena de assédio sexual.

O debate foi interrompido pela direção do programa e retornou após alguns minutos com a expulsão do ex-apresentador. Marçal também não prosseguiu no debate e foi encaminhado para o hospital Sírio Libanês, onde passou por exames. A assessoria alega uma costela fraturada e um braço imobilizado.

A campanha eleitoral para a capital mais rica da federação tem se notabilizada pelo extremo baixo nível, alcançado pelas provocações de Marçal. Já no primeiro debate da eleição, o ex-coach e mini-projeto de Bukele lançou acusações infundadas sobre o candidato Guilherme Boulos (Psol). O candidato do PRTB chegou a ser multado em R$30 mil por associar Boulos a cocaína.

Neste domingo, o formato proposto pela TV Cultura para o debate teve certo êxito em fazer com que o encontro trouxesse mais sobre propostas para a população e menos sobre xingamentos e provocações. Mas a sanha de Pablo Marçal em criar vídeos curtos, os chamados cortes, para internet pôs tudo a perder.

Escanteado pelo embate Guilherme Boulos versus Ricardo Nunes (MDB), que apontam como os virtuais candidatos classificados para disputar o segundo turno, Marçal começou a apelar para o seu leque de impropérios.

Saiba mais: Datafolha mostra empate técnico entre Nunes e Boulos e queda de Marçal

O conflito entre Datena e Marçal começou no segundo bloco, quando o apresentador disse que não faria nenhum questionamento para Marçal por causa de sua atuação nos debates anteriores. O influenciador, então, acusou Datena de ser condenado por crimes sexuais.

O caso citado por Marçal foi sobre uma denúncia de janeiro de 2019, feita pela repórter Bruna Drews. Em uma representação feita no Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a mulher alegou que Datena lhe disse que ela não precisava emagrecer pois “era muito gostosa” e que teria dito que era um desperdício ela “namorar uma mulher”. Datena processou Bruna Drews por calúnia e difamação. Nove meses depois da acusação, ela assinou uma retratação em um cartório de São Bernardo do Campo.

No quarto bloco, quando os candidatos voltaram ao embate direto, Datena e Marçal foram novamente sorteados para debater. A agressão ocorreu após Pablo Marçal fazer uma pergunta para Datena, questionando quando ele iria parar com a “palhaçada” e desistir da candidatura.

“Você é um arregão. Você atravessou o debate esses dias para me dar tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso. Você não é homem”, disse Marçal. Datena então deixou seu lugar no púlpito e agrediu Marçal com uma cadeira.

O debate foi imediatamente suspenso por 10 minutos e retornou na sequência, com a expulsão de Datena pela violação das regras e a saída de Marçal, que, segundo a emissora e sua assessoria, foi levado para atendimento médico no hospital Sírio-Libanês.

Nas redes sociais, Boulos publicou um vídeo explicando como o debate chegou a esse ponto.O candidato da Federação Brasil da Esperança (PCdoB, PT e PV), apoiado também pelo PDT e Rede, repudiou a agressão de Datena, mas também condenou as baixarias de Marçal.

“Desde o começo desta eleição nós temos tido um nível muito baixo nos debates. E isso em grande medida pela atuação do Pablo Marçal de inventar mentiras, de provocar, de atacar, de promover baixaria em todos os debates. E fez isso novamente hoje, atacando o Datena fora do microfone de maneira brutal”, afirmou Boulos.

“O Datena se descontrolou, agiu de um jeito que não deveria. Ainda que o Marçal tenha tentado capitalizar com a agressão, nada justifica a maneira como o Datena reagiu. Mas a gente tá vendo esse baixo nível que o Marçal tá propondo durante toda a campanha”, concluiu o candidato.

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