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Antirracistas protestam em cidades inglesas contra violência

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Antirracistas protestam em cidades inglesas contra violência

 

Os protestos surgiram em resposta à onda de violência que tomou conta da Inglaterra, provocada pela direita radical após o assassinato de três meninas em Southport

 

Manifestantes protestam contra um protesto anti-imigração de extrema direita planejado em Londres

Na noite desta quarta-feira (7), milhares de manifestantes antirracistas se reuniram em diversas cidades da Inglaterra, em resposta aos recentes protestos violentos promovidos por grupos de direita radical. As manifestações ocorreram em Londres, Brighton, Southampton, Bristol, Birmingham, Newcastle e outras localidades, e, apesar das preocupações com possíveis confrontos, a maioria dos atos transcorreu de forma pacífica.

Os protestos antirracistas surgiram em resposta à onda de violência que tomou conta da Inglaterra na última semana, provocada por grupos de direita radical após o assassinato de três meninas em Southport, no noroeste do país. O ataque a facadas gerou uma série de distúrbios, durante os quais grupos de extrema direita usaram o incidente para atacar comunidades não brancas e imigrantes. Em alguns casos, os protestos evoluíram para confrontos violentos com a polícia e ataques a hotéis que abrigam solicitantes de asilo.

As autoridades mobilizaram policiais extras para evitar que as manifestações antirracistas também se tornassem violentas. Mark Rowley, chefe da Scotland Yard, elogiou a noite como um “sucesso”, destacando que os temores de desordem foram em grande parte evitados. Em Londres, onde 1.300 policiais foram destacados, o prefeito Sadiq Khan expressou seu agradecimento aos manifestantes pacíficos e à força policial, reafirmando a posição da cidade contra o racismo e a islamofobia.

Resposta à desinformação e reação política

O contexto dos protestos foi exacerbado por desinformação sobre o suspeito do ataque em Southport. Boatos infundados sobre sua identidade, amplificados por influenciadores de direita radical, incitaram a violência e a hostilidade. Stephen Yaxley-Lennon, conhecido como Tommy Robinson, foi um dos principais disseminadores dessas informações falsas.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou as ações dos grupos de direita radical, descrevendo-as como “selvageria”. A desinformação e os ataques foram amplamente criticados por especialistas e observadores, que destacam o papel nocivo da direita radical na polarização e no aumento das tensões sociais.

Preocupações internacionais e locais

O aumento da violência gerou alertas de países como Índia, Nigéria e Malásia para seus cidadãos em viagem ao Reino Unido, e o Itamaraty recomendou precauções para brasileiros que residem no país. A preocupação com os níveis de imigração, amplamente debatida nas eleições gerais de julho e acirrada por figuras como Nigel Farage, também contribui para o clima de tensão e descontentamento.

Apesar da presença de grupos como o Patriotic Alternative, que organizaram protestos contra imigrantes, a resposta violenta aos ataques em Southport uniu facções de direita radical de maneira sem precedentes. Lizzie Dearden, autora e especialista em terrorismo, observou que a fragmentação interna da direita radical foi temporariamente superada pela crise atual.

Desafios futuros e medidas de segurança

A violência direcionada a mesquitas e hotéis para solicitantes de asilo, especialmente em locais como Aldershot, destaca a necessidade contínua de vigilância e medidas de segurança. Relatos de manifestantes atacando propriedades e fazendo ameaças reforçam a urgência de uma abordagem equilibrada para enfrentar o extremismo e proteger comunidades vulneráveis.

Os protestos antirracistas de quarta-feira demonstram um forte compromisso com a justiça e a igualdade em face do extremismo de direita. No entanto, a violência e desinformação continuam a representar desafios significativos para a coesão social e a segurança pública no Reino Unido. O governo e as autoridades locais precisarão permanecer vigilantes e proativos para garantir a segurança e promover a inclusão em uma sociedade cada vez mais dividida.

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