Câmara prorroga Plano Nacional de Educação para debater nova proposta
Câmara prorroga Plano Nacional de Educação para debater nova proposta
“Dessa forma, não há descontinuidade no planejamento educacional no Brasil, sobretudo nas diretrizes, metas e estratégias”, explica a prorrogação a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA)
Publicado pelo Portal Vermelho
Para evitar descontinuidade e tempo para o debate sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE) 2024/2034, a Câmara dos Deputado prorrogou nesta quarta-feira (3) o atual programa até o dia 31 de dezembro de 2025. Como já passou pelo Senado, a matéria segue à sanção presidencial.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) explica a importância da prorrogação do plano atual. “Dessa forma, não há descontinuidade no planejamento educacional no Brasil, sobretudo nas diretrizes, metas e estratégias”, destacou.
O PNE é o instrumento de base da educação brasileira e tem como diretrizes questões como a erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar e a valorização dos profissionais de educação.
Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), uma nação desenvolvida tem como pilar principal a educação e a valorização dos profissionais de educação. “Ainda temos muitos desafios, como a erradicação do analfabetismo e universalização do atendimento escolar, mas com muito trabalho vamos superar as dificuldades e alcançar todas as metas propostas”, pontuou.
Leia mais: Novo Plano Nacional de Educação avança no combate às desigualdades
“Discutir e votar o novo PNE exigirá um esforço hercúleo do parlamento, a fim de que o texto reflita tanto as demandas antigas que ainda não se cumpriram quanto os novos anseios e desafios que surgiram nos últimos dez anos”, justificou a relatora da matéria, deputada Socorro Neri (PP-AC).
Para ela, a aprovação do novo PNE vai “exigir um prazo razoável para dar a oportunidade de ouvir e de debater as contribuições dos atores envolvidos nas políticas educacionais, bem como da sociedade civil interessada”.
O Plano vigente, que venceu no último dia 25, teve apenas duas metas cumpridas das 20 que foram estabelecidas.
O novo programa já foi entregue pelo ministro da Educação, Camilo Santana, para o presidente da Casa, Arthur Lira.
De acordo com a professora da Universidade de Brasília (UnB) Catarina Almeida Santos, doutora em Educação, a falta de “vontade política” foi a principal razão do do atual PNE.
Ela diz que a Emenda Constitucional 95, que estabeleceu um teto de gastos, em 2016, no governo ilegítimo de Michel Temer, foi fundamental para destruir o Plano, que foi sancionado dois anos antes.
“A aprovação da emenda do teto de gastos foi um dos empecilhos para o cumprimento do Plano Nacional de Educação, porque não tem como fazer o plano sem financiamento (…) Quando o Parlamento brasileiro e o presidente da República se organizaram para aprovar essa emenda, estavam dizendo que os direitos sociais, sobretudo o direito à educação, não era um objetivo do estado brasileiro”, criticou.