Justiça barra pagamento de R$ 581 mil a acusado pela morte de Marielle
Justiça barra pagamento de R$ 581 mil a acusado pela morte de Marielle
Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora, receberia valor por férias acumuladas em período que esteve afastado do cargo
Publicado pelo Portal Vermelho
Preso em 24 de março apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão receberia dos cofres públicos a quantia de R$ 581 mil por férias no período em que esteve afastado do cargo por suspeita de corrupção. No entanto, a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o pagamento.
O conselheiro do TCE-RJ receberia o valor por férias não tiradas no período em que esteve afastado do cargo entre 2017 e 2022. Ele foi investigado por corrupção e chegou a ser preso por uma semana no âmbito da Operação Quinto do Ouro, da Lava Jato, que apurou pagamento de propinas para liberação de obras com o governo do Rio.
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Agora que está preso apontado como mandante do crime contra Marielle juntamente com seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, Domingos ainda poderia receber os valores, porém o deputado federal Tarcísio Motta (Psol-RJ) moveu uma ação popular contra o pagamento.
A ação foi acatada pela juíza Georgia Vasconcelos, da 2ª Vara de Fazenda Pública da Capital. Ela intimou o TCE com urgência “sob pena de responsabilização criminal”, porque o pagamento estava em vias de ser concretizado.
Na decisão, a juíza coloca que o pagamento está em desacordo com o Estatuto dos Servidores Públicos do Rio de Janeiro, pois para ter acesso ao valor em período de afastamento por prisão ou suspensão preventiva das atividades, o servidor deve ser absolvido ou inocentado, respectivamente, no final do processo, situação que não ocorreu por falta de julgamento.