Sem anistia: 63% dos brasileiros são contra perdão a golpistas, diz pesquisa
Sem anistia: 63% dos brasileiros são contra perdão a golpistas, diz pesquisa
Segundo levantamento do Datafolha, maioria é contrária à anulação das penalidades estabelecidas aos condenados que atentaram contra a democracia no 8 de Janeiro
Publicado pelo Portal Vermelho
Apesar de Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno tentarem o tempo todo emplacar a teoria de que não houve tentativa de golpe e buscar perdão para os criminosos do 8 de Janeiro — e para si mesmos —, a maioria do povo é contra a anistia aos que atacaram as sedes dos Três Poderes. Esse contingente soma 63% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira (29).
Outros 31%, entre os quais deve se incluir boa parte dos apoiadores do ex-presidente, são a favor; 2% dizem ser indiferentes e 4% não opinaram.
A maioria, portanto, faz coro aos que têm usado as palavras de ordem “sem anistia” como forma de pressionar pela punição dos que atentaram contra a democracia sete dias após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Não à toa, a pesquisa esteve entre os tópicos mais comentados do Twitter, muitas vezes atrelado à hashtag “#semanistia”.
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“O povo brasileiro não quer e não aceita anistia para golpista! Democracia, sempre!”, defendeu o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), em seu perfil.
José Guimarães, líder do governo Lula na Câmara, também opinou a respeito: “Segundo pesquisa do Datafolha, uma ampla maioria de 63% dos entrevistados se posicionou contra a ideia de anistia aos responsáveis pelo trágico episódio golpista do 8 de janeiro. Este resultado reflete a forte opinião pública em defesa da democracia”.
Até o momento, as acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes cometidos no 8 de Janeiro resultaram em 159 condenações pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A mais recente ocorreu na quarta-feira (27), quando 14 foram condenados.
As penas dizem respeito aos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
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O ex-presidente Jair Bolsonaro, auxiliares diretos e ex-comandantes das Forças Armadas também estão sendo investigados por tramarem golpe de Estado depois da vitória de Lula, ação cujo ápice foram os ataques às sedes dos Três Poderes por bolsonaristas ensandecidos no 8 de Janeiro. Conforme noticiado nesta semana, existe a possibilidade de que Bolsonaro seja condenado pelo plenário do STF até o final do ano.
“Segundo fontes que acompanham de perto os desdobramentos do caso, até julho deve ser concluído o relatório em que a Polícia Federal deve indiciar Bolsonaro por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e associação criminosa”, escreveu a colunista de O Globo, Malu Gaspar. Na sequência, uma vez a Procuradoria-Geral da República aceitando a denúncia, a mesma é encaminhada ao STF, responsável pelo julgamento.
Um dos mais recentes desdobramentos do caso diz respeito à estadia de Bolsonaro, por dois dias, na embaixada da Hungria no Brasil, o que está sendo visto como possível tentativa de pedido de asilo político e mais um elemento complicador na vida do ex-presidente golpista.