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Extrema-direita brasileira vai à Israel em defesa de Netanyahu

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Extrema-direita brasileira vai à Israel em defesa de Netanyahu

 

Bolsonaro também foi convidado por Tel Aviv, mas depende de aval do STF após ter passaporte apreendido. Tarcísio deve aterrissar no país em meio a invasão absurda à Rafah

 

Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) devem desembarcar em Israel, a convite do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em meio aos preparativos da ofensiva do exercito do país à cidade de Rafah, na Faixa de Gaza.

O governo sionista de Israel convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros quatro aliados políticos de extrema-direita para visitarem o país, na tentativa de desestabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além dos governadores paulista e goianiense, também foram convidados o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e de Minas Gerais, Romeu Zema.

Até esta terça (11), Zema e Castro haviam declinado o convite. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o governador Tarcísio confirmou a viagem e deve embarcar para o país na segunda (18).

Netanhyahu enviou uma carta pessoal a Jair Bolsonaro para que ele viaje a Israel, na qual criticou Lula. Como Bolsonaro teve o passaporte apreendido por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, depende da autorização do magistrado para sair do Brasil.

Com o convite o governo israelense tenta, assim, influenciar na política interna de um país soberano, e aprofunda a crise diplomática entre as duas nações. Recentemente, o ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz passou a perseguir Lula nas redes sociais, atiçando a extrema-direita brasileira e setores da sociedade contra o governo.

 

A confirmação do convite aos governadores de extrema-direita ocorre um dia após Netanyahu desafiar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e afirmar que pretende seguir em frente com a invasão de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza. Biden disse, no sábado (9), que Rafah representava “uma linha vermelha”, um limite intransponível à ação de Tel Aviv.

Neste domingo (10), no entanto, véspera do início do Ramadã, o primeiro-ministro respondeu se as forças israelenses avançariam para Rafah: “Iremos para lá. Não vamos deixá-los. Você sabe, eu tenho uma linha vermelha. Você sabe qual é a linha vermelha? Naquele mês de outubro”, disse Netanyahu, em referência aos ataques do Hamas que deixaram cerca de 1,2 mil israelenses. De lá para cá, o exército israelense assassinou 30 mil palestinos em retaliação a operação do grupo islâmico.

Para além do achincalhe diplomático a que os governadores de extrema-direita estão sendo empurrados (por alguns likes nas redes sociais), caso confirme-se a viagem, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado ultrapassam a linha vermelha do bom senso diplomático.

Que outros chefes de Estado ou de província visitarão a região em meio as preparações da ofensiva das forças de defesa israelense sobre Rafah?

Rafah, que fica na fronteira entre Gaza e o Egito, é considerada o último refúgio de cerca de 1,5 milhão de pessoas – quase toda a população da Faixa de Gaza – que desde o início da guerra entre Israel e o Hamas deixaram o norte, o centro e outras cidades do sul do território palestino por conta de bombardeios e ações por terra do Exército de Israel.

O escritório de direitos humanos das Nações Unidas disse na última sexta (8) que uma invasão terrestre de Israel a cidade, não pode ser permitida, uma vez que uma ofensiva do tipo causaria muitas mortes, em especial de civis.

“Qualquer ataque terrestre a Rafah resultaria em uma perda massiva de vidas e aumentaria o risco de mais crimes atrozes. Isso não pode ser permitido”, afirmou Jeremy Laurence, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU.

Anteriormente, Netanyahu havia anunciado que a invasão por terra aconteceria neste domingo (10), quando se inicia o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, mas foi pressionado a adiar devido as críticas intensas da comunidade internacional.

A invasão iminente à Rafah é mais um ingrediente nas tensões ocasionadas pelo início do conflito com o Hamas. Bombardeios no Líbano e violência contra palestinos na Cisjordânia agravam as tensões, enquanto muçulmanos são impedidos de acessar a mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, um dos principais pontos de peregrinação da maior religião do mundo.

“Pode ir na ONU que não tô nem aí”, diz Tarcísio

Tido como quadro técnico por setores da imprensa brasileira, o governador paulista Tarcísio de Freitas declarou na última semana que não está “nem aí” para as denúncias de que estão ocorrendo abusos na condução da Operação Verão, deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU [Organização das Nações Unidas], pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse a jornalistas, durante evento na capital para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

Desde o ano passado, a Baixada Santista tem sido palco de grandes operações de segurança, após policiais militares serem mortos na região. O número de pessoas mortas por PMs em serviço na região aumentou mais de cinco vezes nos dois primeiros meses deste ano.

Em janeiro e fevereiro, os agentes mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No mesmo período do ano passado, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região.

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