Sem categoria

Brasil e 23 países da Celac exigem cessar-fogo em Gaza

Spread the love

Brasil e 23 países da Celac exigem cessar-fogo em Gaza

 

Declaração com seis pontos sobre o conflito no Oriente Médio não foi assinada por todos os países do grupo. Documento foi um pedido do presidente Lula

 

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão Plenária da 8ª Cúpula da CELAC – Kingstown, São Vicente e Granadinas, Foto: Ricardo Stuckert / PR

Os chefes de Estado e de governo do Brasil e mais 23 países da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos ) assinaram, na última sexta-feira (1), uma declaração conjunta em que manifestam repúdio às milhares de mortes decorrentes do conflito entre Israel e Palestina e pedem pelo cessar-fogo. Os líderes estavam reunidos em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas, para a 8ª Cúpula do grupo.

Na chamada “Declaração sobre as ações israelenses em Jerusalém Oriental Ocupada e no resto do Território Palestino Ocupado”, divulgada neste sábado (2) pelo Ministério das Relações Exteriores, os signatários pedem à “Corte Internacional de Justiça para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina pelo Estado de Israel constitui uma violação do direito internacional”.

Leia também: Lula pede basta aos ataques de Israel e moção da Celac pelo fim do genocídio

Somente 24 países da Celac assinaram o texto. Ficaram de fora Argentina, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Panamá, Paraguai e Uruguai.

Entre os seis pontos da declaração, os países exigem a libertação imediata de todos os reféns e a garantia de acesso humanitário às áreas afetadas. O texto é parte de um apelo feito pelo presidente Lula por uma moção nesse sentido ao final do encontro.

Confira na íntegra o texto:

Nós, os Chefes de Estado e de Governo de Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Dominica, República Dominicana, Granada, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago e República Bolivariana da Venezuela, reunidos em Buccament, São Vicente e Granadinas, por ocasião da VIII Cúpula da Comunidade da América Latina e Estados do Caribe (CELAC);

Cientes de que a Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz da CELAC em 2014 “reafirmou o compromisso dos países membros com os propósitos e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e no Direito Internacional” e declarou “que a paz é um bem supremo e uma legítima aspiração de todos os povos” e “um princípio e valor comum da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC);”

Conscientes da intransigência refletida nas declarações do Governo de Israel e do agravamento da crise humanitária em Gaza:

1. Deploramos o assassinato de civis israelenses e palestinos, incluindo os cerca de 30.000 palestinos mortos desde o início da incursão de Israel em Gaza, e manifestamos profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina.

2. Endossamos fortemente a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas (A/ES-10/L.27) de um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza e de que todas as partes no conflito cumpram o direito internacional, nomeadamente no que diz respeito à proteção de civis.

3. Tomamos nota dos casos em curso perante a Corte Internacional de Justiça para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina pelo Estado de Israel constitui uma violação do direito internacional e se o ataque de Israel a Gaza constituiria genocídio.

4. Exigimos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, bem como a garantia de acesso humanitário às áreas afetadas, e apoiamos a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

5. Recordamos as múltiplas Resoluções relevantes da Assembleia Geral das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, que reiteram a importância crucial do estabelecimento de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado dentro de fronteiras seguras e reconhecidas.

6. Decidimos convocar, sob a presidência ´pro tempore´ da República de Honduras, um mecanismo apropriado para monitorar ativamente o impacto dessa incursão na recuperação, no desenvolvimento e na segurança da Palestina, e na busca de uma paz justa e duradoura entre os Povos israelense e palestino.