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Discurso em ato na Paulista incrimina ainda mais Bolsonaro

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Discurso em ato na Paulista incrimina ainda mais Bolsonaro

 

Investigadores avaliam que ex-presidente sugeriu em discurso ter conhecimento de minuta golpista para evitar posse de Lula

 

Foto: Reprodução

O discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o ato convocado pela extrema-direita reforça a linha de investigação de que houve a articulação de golpe de Estado. Neste domingo (26), diante de milhares de seguidores na avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro se defendeu das acusações de golpe dicando que de fato tinha conhecimento sobre a chamada “minuta golpista”.

“O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil”, disse. “Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência”, afirmou o ex-presidente diante de seus apoiadores.

Na última quinta (22), o ex-presidente optou por ficar em silêncio em depoimento à Polícia Federal (PF). Bolsonaro e outros 14 investigados, inclusive quatro ex-ministros da sua gestão, foram intimadas a comparecer na PF.

“Deixo claro que Estado de Sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o Estado de Sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do Estado de Sítio”, prosseguiu o investigado.

O trecho, como se vê, reforça o conhecimento do ex-presidente sobre o conteúdo do documento encontrado pelos policiais com o ex-ministro.

No papel constava o decreto de um Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral, que serviria para anular o resultado das urnas, que deu vitória ao presidente Lula no pleito em 2022. A ideia, descrevia a minuta, era “garantir a preservação ou o pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022”.

Na manifestação, além de tentar se defender das acusações da PF, Bolsonaro diminuiu o tom da agressividade contra o STF (Supremo Tribunal Federal), disse buscar a pacificação do país e pediu anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.

“Teria muito a falar, tem gente que sabe que eu falaria. O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados. É, por parte do parlamento brasileiro, uma anistia para os pobres coitados que estão presos em Brasília. Não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos”, explicou Bolsonaro.

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