UBM aciona CNJ para apurar assédio de magistrado do caso Mari Ferrer
UBM aciona CNJ para apurar assédio de magistrado do caso Mari Ferrer
Juiz Rudson Marcos ajuizou mais de 160 processos contra personalidades e figuras públicas que utilizaram a hashtag #estuproculposo.
Publicado pelo Portal Vermelho
A União Brasileira das Mulheres (UBM) acionou o Conselho Nacional de Justiça para apurar suposto assédio judicial por parte do juiz Rudson Marcos, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. O magistrado do caso Mari Ferrer ajuíza mais de 160 processos contra personalidades e figuras públicas que usaram a hashtag #estuproculposo.
Presidida por Vanja Andrea, a UBM aponta que as ações movidas por Marcos, além de fazer uso inadequado e abusivo do Sistema de Justiça, afeta a liberdade de expressão de mulheres que se manifestaram em relação ao caso.
“Rudson Marcos busca utilizar o Poder Judiciário para silenciar e cercar esse movimento de luta por direitos”, diz Andrea.
A representação da UBM é patrocinada pelos advogados Carlos Nicodemos e Maria Fernanda. Ao Vermelho, Nicodemos afirma que o magistrado procura sufocar manifestações contrárias ao comportamento do magistrado diante do caso.
“O que ele faz é adotar uma estratégia de sufocamento da manifestação das mulheres contra ele, pulverizando ações judiciais no Sistema de Justiça”, diz o advogado Carlos Nicodemos.
“O assédio não é só quando várias pessoas propõe ações contra uma pessoa. Mas também quando um indivíduo direciona várias ações que na verdade tem o objetivo de atacar a coletividade de um movimento que está se expressando”, diz o advogado da UBM.
Em 2018, a influenciadora digital Mariana Ferrer acusou o empresário André de Camargo Aranha de tê-la dopado e estuprado em um clube de luxo em Florianópolis. O caso repercutiu nacionalmente após ser exposto nas redes sociais e o “Intercept Brasil” revelar imagens da audiência. Nela, o advogado de André exibiu fotos de Mariana e disse que “jamais teria uma filha do nível” dela.
Após o empresário ser absolvido, as redes sociais foram infestadas pela #estuproculposo, em alusão à expressão suscitada no julgamento para defender que não houve dolo do acusado.