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No Equador, é assassinado o promotor que investigava invasão a canal de TV

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No Equador, é assassinado o promotor que investigava invasão a canal de TV

 

Suárez também investigava casos relacionados ao narcotráfico e corrupção em hospitais. Sua morte representa uma perda para o Ministério Público, e um golpe na luta contra o crime organizado.

 

Cesar Suarez, reprodução Facebook

Um ato chocante abalou o Equador nesta quarta-feira (17), com o assassinato de César Suárez, um promotor especializado em crime organizado. Suárez estava encarregado da investigação sobre a invasão armada ao canal de televisão estatal TC, ocorrida em 9 de janeiro, e sua morte aumenta as preocupações sobre a segurança das autoridades que combatem o crime no país.

Dois homens suspeitos de envolvimento no assassinato foram presos, informou o comandante da polícia, general César Zapata, nesta quinta.

O promotor foi morto a tiros na cidade de Guayaquil, segundo informações divulgadas pelo Ministério Público equatoriano. Suárez desempenhava um papel crucial na apuração para identificar o grupo criminoso responsável pela invasão ao canal, que ocorreu durante a transmissão ao vivo de um programa. Homens armados e com os rostos escondidos invadiram os estúdios do canal, da cidade de Guayaquil. Durante a invasão, eles afirmaram que tinham bombas, e sons semelhantes aos de disparos foram ouvidos.

Quando os homens invadiram o local, um artefato explosivo foi colocado na recepção do canal. Durante a transmissão, um homem com máscara no rosto chegou a encostar uma arma no pescoço de um apresentador. As pessoas que estavam nos estúdios tentaram conversar com os homens armados. Foi possível ouvir uma mulher pedir para que eles não atirassem. Depois de cerca de duas horas, a Polícia Nacional do Equador controlou a situação e capturou as pessoas que invadiram os estúdios.

Além de sua atuação na investigação do ataque ao TC, Suárez também estava envolvido em casos relacionados ao narcotráfico e corrupção em hospitais durante a pandemia, ampliando a gama de setores que enfrentava em sua busca por justiça. Sua morte representa não apenas uma perda para a instituição do Ministério Público, mas um golpe significativo na luta contra o crime organizado no Equador.

O promotor César Suárez articipou de uma das maiores operações contra a corrupção no país que apontou relações entre o narcotráfico e agentes públicos. Ele participou da operação Metástase, que apurou conexões de um narcotraficante com políticos e membros do Judiciário e das polícias.

A procuradora-geral do país, Diana Salazar, expressou condolências à família de Suárez e reiterou o compromisso contínuo na luta contra o crime organizado. Em uma mensagem nas redes sociais, Salazar destacou a importância de persistir na busca por justiça em nome do colega falecido.

O assassinato de Suárez ocorre em meio a uma onda de violência que assola o Equador, intensificada após a fuga do líder do grupo criminoso Los Choneros de uma prisão em Guayaquil, em 7 de janeiro. A invasão ao canal TC, seguida por prisões e apreensões, culminou na decretação de estado de emergência no país pelo presidente Daniel Noboa.

A situação se agravou com o reconhecimento de um “conflito armado interno” no Equador, levando o governo a qualificar 22 grupos do crime organizado como “terroristas e atores não estatais beligerantes”. Ações recentes, incluindo ataques e explosões, têm gerado instabilidade, levando centenas de pessoas à detenção em meio à crise que o país enfrenta.

O carro em que Suárez estava foi atingido por ao menos 12 tiros. O promotor dirigia um SUV que foi interceptado por pistoleiros.

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