CPI que mira padre Júlio Lancellotti perde apoio de 10 vereadores
CPI que mira padre Júlio Lancellotti perde apoio de 10 vereadores
Gilson Barreto (PSDB) é o décimo parlamentar a anunciar retirada de apoio. Com isso, quase metade dos que assinaram o pedido já desistiram
Publicado 11/01/2024 15:24 | Editado 11/01/2024 18:33
Na esteira da polêmica iniciativa de incluir o padre Júlio Lancellotti no escopo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar ONGs que atuam na Cracolândia em São Paulo, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) enfrenta uma crescente perda de apoio parlamentar. O último a desistir foi Gilson Barreto (PSDB), tornando-se o 10º parlamentar a retirar seu suporte à iniciativa.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (10) através das redes sociais, Barreto justificou sua decisão após uma revisão mais aprofundada dos objetivos da CPI e discussões com seus colegas. Barreto argumentou que não faz sentido investigar as atividades do padre Lancellotti sem incluir sua participação em convênios com a Prefeitura, afirmando que a “CPI perdeu a sua finalidade de zelar pelo dinheiro público”.
Retirada de apoio não impede CPI
De acordo com a Câmara Municipal de São Paulo, a retirada de assinaturas da CPI “é simbólica” e não altera o andamento do processo para a instauração do colegiado. A proposta segue em tramitação depois de cumprir com o requisito mínimo de assinaturas ao ser protocolada, em 6 de dezembro.
Em nota emitida nesta terça-feira (9), o órgão afirma que “se houver consenso no colégio, o assunto vai ao plenário. Lá são necessárias duas votações: a primeira para aprovar a criação de uma nova CPI na Câmara Municipal de SP e a segunda para criar e instalar a CPI das ONGs. Ambas necessitam de 28 votos.”
Leia também: CPI desidrata após vereadores denunciarem manobra para criminalizar padre Júlio
Ao Estadão, Rubinho Nunes afirmou que não “ludibrou qualquer colega” e que “sempre deixou claro o propósito da comissão”. O parlamentar disse ainda ter “bastante confiança” de que a abertura da comissão será aprovada pelo Legislativo paulistano.
O padre Júlio Lancellotti, por sua vez, classificou o anúncio de sua inclusão na investigação como “sem nexo”, destacando que seu trabalho com a população de rua é financiado por recursos da Arquidiocese de São Paulo e doações feitas à Paróquia São Miguel de Arcanjo.
Base rachada
Em suma, o gesto de Barreto evidencia um racha na base de apoio à CPI, que já conta com a retirada de quase metade dos vereadores que inicialmente assinaram o pedido: Xexéu Tripoli (PSDB), Thammy Miranda (PL), Sidney Cruz (Solidariedade), Sandra Tadeu (União Brasil), João Jorge (PSDB), Beto do Social (PSDB), Milton Ferreira (Podemos), Nunes Peixeiro (MDB) e Manoel Del Rio (PT).
Leia também: Vereador de SP propõe CPI das ONGs e mira em Padre Júlio Lancellotti
O pedido de instalação da CPI conta atualmente com 23 assinaturas e rubricas, sendo que uma delas está replicada e outra ainda não foi identificada. Entre os vereadores que mantiveram o apoio ou não se manifestaram estão Adilson Amadeu (União Brasil), Atílio Francisco (Republicanos), Fábio Riva (PSDB), Fernando Holiday (PL), Isac Félix (PL), Jorge Wilson Filho (Republicanos), Major Palumbo (Progressistas), Rodrigo Goulart (PSD), Rubinho Nunes (União Brasil), autor da proposta, Rute Costa (PSDB) e Sansão Pereira (Republicanos).
__
com agências