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Incêndios devastadores no Pantanal desafiam autoridades ambientais

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Incêndios devastadores no Pantanal desafiam autoridades ambientais

 

Equipes de brigadistas enfrentam cenário desolador; até novembro deste ano, a área queimada do bioma é quase 200% maior do que o registrado no ano anterior

 

Pantanal está em chamas novamente | Foto: GOV-MS/Reprodução

Em uma luta incansável contra os incêndios que assolam o Pantanal, uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, equipes de brigadistas intensificam suas ações para conter os estragos causados ​​pelo fogo. O Painel do Fogo do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), registrou alarmes 71 eventos de incêndio na região nesta quinta-feira (16).

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, visitou a área de Porto Jofre, no município de Poconé (MT), para acompanhar de perto o trabalho dos brigadistas. Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama), também esteve em Mato Grosso, demonstrando a preocupação e o comprometimento das autoridades ambientais.

Atualmente, mais de 300 servidores, apoiados por quatro aeronaves e veículos especiais, estão envolvidos no combate a incêndios no Pantanal. O contingente foi reforçado recentemente pelo Ibama e ICMBio, refletindo a gravidade da situação.

Mauro Pires ressalta a especialização e o envolvimento dos brigadistas, destacando que o trabalho é arriscado e extenuante. “É um trabalho que exige muito cuidado, muita técnica, porque combater o incêndio é antes de tudo preservar a vida, incluindo a vida dos brigadistas, a vida das pessoas. Estamos totalmente dedicados para que esse combate aconteça da melhor forma possível e que todos voltem em paz para os seus lares”, disse Pires à Agência Brasil.

O presidente do ICMBio alerta para a sazonalidade dos incêndios, explicando que, embora o debelamento dos focos atuais seja prioritário, a temporada de incêndios pode persistir. Fatores como ação criminosa, seca intensa, altas temperaturas e velocidade dos ventos direcionados para a propagação do fogo, juntamente com a incidência de raios, como ocorridos em outubro. “Nossa expectativa é que com incremento dos brigadistas, do reforço de aeronaves e dos equipamentos a gente consiga debelar o mais rápido possível esses focos.”, disse.

Além do combate direto ao fogo, o ICMBio mobilizou equipes de veterinários para o rápido resgate de animais feridos. Em 2020, os incêndios na região resultaram na trágica morte de centenas de espécies animais, ressaltando a importância de medidas preventivas e de socorro.

Cenário Desolador

Vídeos registrados na BR-262 na terça-feira (14) revelam a devastação causada pelo fogo, que consome a vegetação às margens da rodovia. As imagens impressionantes mostram um “corredor de fogo”, dificultando o trânsito dos motoristas e evidenciando a gravidade da situação.

 

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam uma triste realidade: até novembro deste ano, a área queimada ultrapassa em quase 200% o registrado no ano anterior. Os municípios de Corumbá, Aquidauana e Porto Murtinho concentram 97,6% dos focos de calor, de acordo com o Inpe, reforçando a urgência de ações efetivas para conter a destruição do ecossistema pantaneiro.

O Corpo de Bombeiros alerta os condutores sobre os perigos ao transitarem na região afetada pelos incêndios, especialmente à noite, devido à visibilidade comprometida pela fumaça densa e o risco dos veículos serem atingidos pelas chamas.

Ainda na terça, o governo de Mato Grosso do Sul declarou estado de emergência em cidades impactadas por incêndios, como Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho. A situação mobilizou não apenas os bombeiros, o Ibama e ICMBio mas também a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e os militares.

Segundo a previsão do tempo, há expectativa de chuvas na próxima segunda-feira (20), fator que poderá contribuir significativamente para o combate aos incêndios.

Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ) revelam que até novembro deste ano, aproximadamente 947.025 hectares do bioma Pantanal, espalhados pelos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, já foram devastados pelas chamas.

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com agências

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