Moraes pede à PF que investigue doações de R$ 17 milhões a Jair Bolsonaro
Moraes pede à PF que investigue doações de R$ 17 milhões a Jair Bolsonaro
Ministro atende pedido feito pela PGR, que pretende apurar se as doações partiram de investigados no inquérito das milícias digitais. As transferências foram realizadas por PIX
Publicado pelo Portal Vermelho
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), determinou que a Polícia Federal (PF) analise o caso das doações realizadas via Pix para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O objetivo é analisar a eventual conexão de provas entre esses fatos e o inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.
Um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro do governo federal, apontou que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões via Pix em sua conta pessoal nos primeiros seis meses do ano.
O pedido inicial de investigação partiu da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fábio Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO). A PGR disse entender que os parlamentares não poderiam ter entrado com o pedido diretamente no STF, mas sugeriu o encaminhamento do caso à PF — o que foi acatado por Moraes.
A PGR afirmou ter entendido a existência de elementos suficientes a justificar necessidade de aprofundamento da investigação. O órgão investiga se as doações partiram de investigados no inquérito das milícias digitais.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável na PGR pelas investigações relacionadas aos atos golpistas do dia 8 de janeiro, considerou “relevante o encaminhamento da representação à Polícia Federal” para esclarecer se há uma conexão entre as doações com os fatos já investigados no inquérito.
“Em especial se as transações atípicas, noticiadas pelo COAF à mencionada CPMI, foram realizadas por doadores envolvidos na organização criminosa investigada nestes autos”, ressaltou o subprocurador.
Os dados do Coaf mostram que entre 1º de janeiro e 4 de julho o ex-presidente recebeu mais de 769 mil transações por meio do Pix que totalizaram R$ 17.196.005,80. O valor corresponde à quase totalidade do movimentado pelo ex-presidente no período, de R$ 18.498.532,66.
A vaquinha foi organizada para levantar dinheiro para que o ex-presidente pudesse arcar com o pagamento de multas aplicadas e eventuais novas punições por ter desrespeitado o uso obrigatório de máscara em espaços públicos durante o auge da pandemia do novo coronavírus.