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Crimes de guerra de Israel se acumulam, segundo organizações internacionais

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Crimes de guerra de Israel se acumulam, segundo organizações internacionais

 

As denúncias envolvem impedimento da ajuda humanitária, colapso hospitalar, ferimentos incomuns, bombardeios a hospitais e mortes de prisioneiros por tortura.

 

A Human Rights Watch tem afirmado que a recusa de Israel em permitir a entrada de ajuda em Gaza é um crime de guerra. A organização de Direitos Humanos criticou Israel por “aprofundar deliberadamente o sofrimento dos civis em Gaza”, recusando-se a permitir o envio de combustível para o enclave sitiado e a restaurar o fluxo de água.

“O fato dos combatentes palestinos terem cometido crimes de guerra indescritíveis contra civis israelitas não justifica que as autoridades israelitas cometam crimes de guerra contra civis palestinos”, dizia um relatório do grupo que acrescentava que Israel estava punindo “todos os civis de Gaza pelo ataque do Hamas”.

Após uma grande pressão internacional e uma série de esforços diplomáticos, as autoridades israelenses aliviaram o “cerco total” e permitiram que dezenas de caminhões humanitários entrassem em Gaza. No entanto, nenhum combustível, essencial para geradores hospitalares, bombeamento de água e esgoto e distribuição de ajuda, entrou em Gaza.

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“Estamos de joelhos pedindo essa operação humanitária sustentada, ampliada e protegida, para nos darem o espaço humanitário para enfrentar esta catástrofe humana”, disse, há algumas horas, o Dr. Rick Brennan, diretor regional de emergências da OMS para a região do Mediterrâneo Oriental. Ele refere-se às dificuldades de fornecimento de insumos básicos para o atendimento a vítimas civis do conflito.

Colapso total

O Ministério da Saúde de Gaza afirma que 40 centros médicos suspenderam as operações. O hospital privado indonésio, o maior do norte de Gaza, afirma ter desligado tudo, excepto os últimos departamentos vitais, como a unidade de cuidados intensivos. O único outro hospital que ainda atende pacientes no norte de Gaza, o Hospital Beit Hanoun, também interrompeu as operações devido ao intenso bombardeio israelense.

A OMS afirma que medicamentos e suprimentos de saúde foram entregues a três hospitais importantes no sul de Gaza, mas ainda são necessários para chegar ao norte. A agência da ONU para os refugiados palestinos afirma que o número limitado de caminhões de entrega de ajuda permitidos até agora em Gaza é “uma gota face às imensas necessidades das pessoas nas ruas”.

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“Apelamos a um fluxo contínuo e desimpedido de assistência humanitária e médica para que continue a chegar a Gaza”, disse a porta-voz Tamara Alrifai. “Sem combustível os próprios caminhões não podem mover-se, os geradores não podem produzir eletricidade para os hospitais, para as padarias e para a estação de dessalinização de água”.

Mas o sistema de saúde na Faixa de Gaza “entrou em colapso total devido à guerra israelense”. A afirmação é do porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf al-Qudra, em entrevista coletiva na Cidade de Gaza.

Ele disse que 65 médicos foram mortos e 25 ambulâncias foram destruídas em ataques aéreos israelenses desde 7 de outubro. “Doze hospitais e 32 centros de saúde foram forçados a fechar as portas. Tememos que muitos mais interrompam as operações nas próximas horas por falta de combustível.

“Crianças, mulheres e idosos representam cerca de 70% das vítimas”, disse al-Qudra, acrescentando que cerca de 1.550 pessoas estão presas sob os escombros, incluindo 870 crianças.

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No hospital al-Shifa, o maior de Gaza, jornalistas reportam chegada crescente de feridos, mas também refugiados que acreditam estar mais seguros lá. Como não há mais espaço nos necrotérios, foram montadas tendas para guardar os mortos.

As autoridades de saúde apelam a uma investigação internacional para examinar os tipos de armas utilizadas por Israel em Gaza. Alguns dos feridos chegam aos hospitais com queimaduras graves, que as autoridades de saúde descrevem como derretimento da pele.

Hospitais sob ataque

Se havia dúvida sobre o hospital bombardeado por Israel, deixando centenas de mortos, basta saber que no entorno de outros hospitais lotados, os ataques aéreos são constantes, como ao redor do hospital al-Wafa. Segundo Foad Najem, gerente geral do hospital, a entrada e áreas adjacentes foram alvo, sem qualquer aviso prévio. Por outro lado, ele diz que não há como evacuar o hospital porque a maioria dos pacientes está em coma.

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“Condenamos a comunidade internacional [e a sua inação] se o hospital ficar sem combustível e suprimentos médicos, como temíamos [devido ao bloqueio israelita]”, afirmou.

Estão sendo reportados casos de homens saudáveis que são detidos para interrogatório em Israel e que são entregues mortos às famílias. Há suspeitas de recrudescimento da tortura contra os presos. Desde 7 de outubro, as forças israelenses prenderam cerca de 5.000 palestinos, duplicando o número de prisioneiros para 10.000 em duas semanas.

Enquanto isso, o Hamas liberta reféns mulheres, idosos e doentes, que dão entrevista durante todo o dia na televisão revelando terem sido bem tratados no cativeiro. O exército israelense pede ao povo de Gaza informações sobre os cativos oferecendo “segurança e recompensa financeira”.

“Se você quer um futuro melhor para você e seu filho, tome medidas e forneça-nos o mais rápido possível informações sólidas e úteis sobre os sequestrados em sua área”, dizia um comunicado do exército, garantindo confidencialidade.

Com informações da Aljazira

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