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Prates diz que volta da Petrobras como distribuidora será uma surpresa

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Prates diz que volta da Petrobras como distribuidora será uma surpresa

 

Após discurso comemorativo aos 70 anos, presidente da Petrobras disse à imprensa que o sonho de uma empresa integrada, “do poço ao posto”, segue vivo.

 

Rio de Janeiro (RJ), 03/10/2023 – O presidente da Petrobras, Jean Paul Terra Prates durante evento de comemoração dos 70 anos da empresa, na Ilha do Fundão, no capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

As comemorações dos 70 anos da Petrobras serviram como um momento para destacar os desafios e planos da empresa em relação à transição energética e à diversificação de suas atividades. A Petrobras busca se manter relevante e contribuir para o desenvolvimento do Brasil em meio às mudanças na indústria de energia. O principal evento comemorativo dos 70 anos da Petrobras ocorreu no Cenpes (Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello), no Rio de Janeiro, cidade-sede da companhia.

Durante as comemorações no Cenpes, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, indicou a possibilidade de retorno da companhia ao setor de distribuição de combustíveis, o que poderia trazer surpresas para o mercado. Prates fez essas declarações em resposta a perguntas de jornalistas sobre a possível retomada da atuação da Petrobras nesse segmento. Prates ainda disse que o sonho de uma empresa integrada, “do poço ao posto”, segue vivo.

O presidente da Petrobras enfatizou a importância da marca BR, que é considerada “extremamente valiosa” em todos os lugares onde a empresa opera, especialmente na América Latina. Ele destacou que a Petrobras busca estar mais próxima do consumidor, seja por meio de combustíveis, biocombustíveis, energia renovável ou outros meios.

Prates deixou claro que a decisão de retornar à distribuição de combustíveis não é uma ação impulsiva, mas sim uma estratégia planejada e baseada na compreensão da dimensão do valor da marca BR. Ele explicou que essa não seria uma operação simples de reversão, mas sim um movimento que envolveria a exploração de novos conceitos e segmentos.

A Petrobras está atualmente reavaliando o contrato de cessão da marca para a Vibra Energia, que foi o resultado da privatização da BR Distribuidora. O acordo original de cessão da marca tinha um prazo de dez anos e fazia parte do processo de venda da BR Distribuidora no mercado financeiro.

A declaração do presidente da Petrobras indica que a empresa está explorando maneiras de se adaptar ao mercado de forma dinâmica e inovadora, mantendo sua presença próxima dos consumidores finais, seja por meio de seus produtos tradicionais ou de novas iniciativas em setores emergentes. A evolução da Petrobras e suas estratégias futuras serão observadas de perto pelo mercado e pelos investidores em energia e combustíveis.

Transição energética

Prates destacou os desafios que a empresa enfrenta na atualidade, comparando-os aos desafios enfrentados quando a Petrobras iniciou suas atividades de busca de petróleo no Brasil em 1953. Ele mencionou que, após anos de tentativas de esvaziamento da empresa, a Petrobras está retomando seu papel de impulsionar o desenvolvimento do país.

“Chegamos a 2023 com desafios tão grandes quanto os que tínhamos em 1953, o mundo está em transformação a sociedade exige cada vez mais uma variedade de fontes energéticas que possibilitem a redução das emissões de carbono e um equilíbrio ambiental fundamental para o futuro do planeta. O mundo todo, especialmente os brasileiros e brasileiros exigem nas empresas uma atuação responsável e segura. Confiança e transparência, eficiência lucrativa e socialmente responsável, focada no bem-estar das pessoas dentro e fora da companhia”, afirmou.

Prates ressaltou que a Petrobras continuará a buscar e produzir petróleo, mas também investirá em energia renovável, como energia eólica offshore, hidrogênio verde, armazenagem, entre outras áreas. Ele enfatizou que a empresa manterá seu “DNA” durante esse processo de transição e diversificação.

“Acreditamos no potencial dessa companhia para impulsionar o Brasil. Enxergamos o desafio da redução de emissões como mais uma vez sermos pioneiros dessa indústria nacional”, disse ele. Ele reforçou que a Petrobras vai continuar procurando e produzindo petróleo, mas que vai investir em energia eólica offshore, hidrogênio verde, armazenagem etc. “Vamos fazer tudo isso mantendo nosso DNA “, disse o executivo.

“Enxergamos os desafios das reduções de emissões de CO2 como uma oportunidade de, mais uma vez, sermos pioneiros e impulsionadores dessa nova indústria nacional. Estamos trabalhando para entregar em breve um novo planejamento estratégico indicando os pilares dessa nova fase. Pretendemos ter uma participação importante na COP28 para dizer que o Brasil voltou e que o nosso povo tem pressa”, declarou.

Protagonismo dos petroleiros

Dirigentes sindicais dos petroleiros também participaram do evento especial no CENPES, e destacaram temas relevantes para os trabalhadores. Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), mencionou que a conquista de tecnologia premiada em exploração em águas ultra profundas saiu das mentes e mãos dos petroleiros e petroleiras que trabalham naquele centro de pesquisa.

“Cada dia que a gente toma decisões juntos, cada diretor está representando os trabalhadores. Os petroleiros estão no poder da Petrobrás”, disse Prates, que terminou seu discurso, agradecendo a cada trabalhador e trabalhadora que construiu a empresa: “Nossa energia vem das pessoas e é extremamente honroso estar no papel de líder da Petrobras”.

A cerimônia também incluiu uma homenagem ao primeiro empregado da Petrobras, Eugênio Antonelli. Seu neto e sobrinha, que também são empregados da empresa, receberam uma coleção de pins com as marcas históricas da empresa.

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