Metrô, CPTM e Sabesp fazem greve em São Paulo contra privatizações
Metrô, CPTM e Sabesp fazem greve em São Paulo contra privatizações
Sindicatos aprovaram a greve em assembleia realizada nesta segunda (2). Trabalhadores protestam contra plano de privatização do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos)
Publicado pelo Portal Vermelho
Os trabalhadores do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) realizam uma greve unificada de 24 horas, iniciada à 0h desta terça (3).
Os trabalhadores protestam contra os planos de privatização do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) das empresas públicas que operam o transporte sobre trilho e a água no estado de São Paulo. Eles denunciam que transferir o controle do poder público para a iniciativa privada deve encarecer tarifas e piorar a qualidade dos serviços.
Nesta segunda (3), os Metroviários, dos Ferroviários e o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) aprovaram a paralisação em assembleia referendada pelas bases dos sindicatos.
Os trabalhadores reivindicam o cancelamento dos processos de privatização, terceirização e concessão do Metrô, CPTM e Sabesp. Os sindicatos também exigem que o governo do Estado de São Paulo realize um pebliscito oficial para consultar os paulistas sobre a privatização das três empresas.
Na estação Barra Funda, onde é possível embarcar em linhas de trem, ônibus e metrô, lideranças de movimentos que apoiam a greve se organizaram para traduzir à população da capital paulista o que significa a privatização e informar os motivos da greve. Somente pelo metrô da Barra Funda transitam, em média, cerca de 60 mil passageiros por hora, em momentos de pico.
“Não existe greve ilegal. Não é só por direitos, é por melhoria de serviços. Rico não trabalha, pobre trabalha. A pobreza enriquece o país e não tem o direito de circular no país”, discursou uma liderança popular ao microfone, em meio a alguns protestos de transeuntes que demonstraram irritação e incompreensão quanto à greve.
Decisão judicial
Em decisão na última sexta-feira (29), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) proibiu a greve total dos trabalhadores do Metrô. Conforme determinação do desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira, deverá ser assegurada a circulação da frota de 100% dos trens nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 80% nos demais períodos, sob pena de multa de R$ 500 mil.
O tribunal proibiu ainda a liberação das catracas, solicitada pelos trabalhadores para não prejudicar a população. “A Justiça determinou a manutenção do transporte sobre trilhos em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos, além de 85% do contingente da Sabesp, sob pena de multas diárias de até meio milhão de reais aos sindicatos. A gestão estadual aguarda que as categorias cumpram as decisões judiciais para que os direitos da população sejam preservados”, acrescentou o governo do estado, em nota.
Também houve determinação judicial para funcionamento da CPTM. A liminar estabelece que os trens devem operar com 100% do efetivo em horários de pico e 80% nos demais períodos.