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John Shipton, pai de Julian Assange, diz que EUA violam direitos humanos

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John Shipton, pai de Julian Assange, diz que EUA violam direitos humanos

 

A Câmara realizou audiência pública e exibiu o trailer do filme “Ithaka – A luta de Assange”, documentário que acompanha a luta de Shipton na tentativa de salvar seu filho

 

John Shipton durante audiência na Câmara (Foto: Renato Araújo / Câmara dos Deputados)

Em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23), John Shipton disse que os direitos humanos estão sendo violados no caso do seu filho, Julian Assange. Os Estados Unidos (EUA) pediram ao Reino Unido a extradição do jornalista australiano para cumprir uma pena naquele país de 175 anos, o que ele considera uma sentença de morte.

Fundador do WikiLeaks, Assange foi preso em 2010 depois de revelar uma série de documentos sigilosos do governo dos EUA sobre espionagem feitas contra diversos países, inclusive o Brasil.

A Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial promoveu audiência pública e exibiu o trailer do filme “Ithaka – A luta de Assange”, documentário que acompanha a luta de Shipton na tentativa de salvar seu filho.

Leia mais: Lula pede mobilização em defesa de Julian Assange

“Um documento secular da história humana surgiu em 1948: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, sob auspício de Eleanor Roosevelt, viúva do presidente Franklin Roosevelt”, lembrou o pai do jornalista.

A Declaração chamou a atenção do mundo ao dizer que os “seres humanos podem desfrutar de liberdade de expressão e crença e que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.

Além disso, o pai do jornalista ressaltou que a Constituição dos EUA também está sendo violada, uma vez que proíbe a limitação da liberdade de expressão e imprensa.

“Eu tenho a energia e a determinação com relação a Julian. Eu acredito que o presidente Lula persistentemente tem falado e apoiado essa causa e todos os povos da América Latina. Juntos nós vamos vencer”, disse.

A deputada Jack Rocha (PT-ES), que solicitou a realização da audiência pública, disse que não existe democracia sem liberdade de expressão, sem liberdade de imprensa e comunicação democrática.

“A primeira emenda dos EUA reafirmava compromisso com a democracia ao expressar categoricamente: o Congresso não poderá fazer qualquer lei que impeça a liberdade de expressão e imprensa”, lembrou a parlamentar.

“O presidente Lula tem sido uma das vozes atuantes em defesa do Assange. Aliás, cobrando da própria imprensa. Como que a imprensa se cala diante de um crime como esse, que é realmente um crime contra a opinião. Um crime contra a liberdade de imprensa, contra a liberdade de expressão”, afirmou a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) se solidarizou com pai pela saudade que deveria estar do filho, mas ao “mesmo tempo com orgulho de um ser humano que ousou enfrentar um império”.

“Não deve ser nada fácil tocar uma luta imprescindível como essa que você toca nesse momento. E cabe a nós, a todos nós, que sabemos e conhecemos a importância dessa luta não só nos solidarizarmos, mas cumprir aquelas que sejam as tarefas por você determinadas, encaminhadas no fortalecimento dessa luta”, afirmou.

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