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Bolsonaro vive pior dia desde que deixou o poder; prisão é iminente

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Bolsonaro vive pior dia desde que deixou o poder; prisão é iminente

 

O ex-presidente é acusado por hacker de tentar fraudar urnas, ex-ajudante de ordens resolve confessar crime das joias e ministro do STF quebra sigilo dele e da ex-primeira dama

 

Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: (Foto: Isac Nóbrega/PR))

Quinta-feira, 17 de agosto de 2023. Esse dia vai ficar marcado na história do país e, sobretudo, na vida do ex-presidente Bolsonaro que vê as evidências de crimes contra a democracia e de corrupção fecharem o cerco contra ele.

Depois do depoimento explosivo de Walter Delgatti na CPMI do Golpe, no qual o hacker declarou que o ex-presidente lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o advogado do tenente-coronel Mauro CiD, ex-ajudante de ordens do capitão, avisou que ele vai confessar os crimes de Bolsonaro.

O dia terminou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre do Moraes autorizando a quebra de sigilo de Bolsonaro e da ex-primeira dama Michele.

O advogado Cezar Bittencourt revelou à Veja que seu cliente vai dizer que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos a mando de Bolsonaro e que entregou o dinheiro para ele.

Leia mais: STF autoriza quebra de sigilo bancário de Bolsonaro e Michelle

“Hora de proteger minha família”, teria dito Mauro Cid após tomar a decisão. O pai dele, general Mauro Lourena Cid, também é suspeito de negociar as joias e outros bens nos Estados Unidos.

Pela primeira vez, Bolsonaro foi colocado de frente com o crime de corrupção que pode lhe levar mais cedo à cadeia.

O temor é grande, uma vez que seu ex-ajudante sabe muito e movimentou mais de R$ 8 milhões, embora tenha um salário bruto de R$ 26,2 mil.

De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o ex-ajudante moveu R$ 3,7 milhões entre julho de 2022 e janeiro de 2023.

Na CPMI do Golpe, os governistas já calculam que as penas de Bolsonaro podem resultar em até 18 anos de prisão pelos crimes de golpe de Estado e outros, segundo informou a colunista Malu Gaspar, de O Globo.

Deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), faz revelação na CPMI do Golpe. Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

Repercussão

“Mauro Cid cansou de ficar calado e receber sob os ombros todo o peso dos crimes de Jair Bolsonaro. Seu novo advogado, Cesar Bittencourt, contou à revista Veja que o ex-ajudante de ordens ‘surrupiou joias do acervo da Presidência da República, tirou-as clandestinamente do Brasil em voos oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e vendeu as peças valiosas nos Estados Unidos’, tudo a mando de Bolsonaro, a quem entregou o saldo das vendas ilegais em espécie. E isso apenas no caso das joias. Se falar tudo o que sabe, a temporada do inelegível na cadeia promete ser longa”, calculou a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), integrante da CPMI do Golpe.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) respondeu ironicamente aos bolsonaristas que veem desespero de Mauro Cid:  “A essa altura do campeonato, os ‘aliados de Bolsonaro’ já estão fazendo bolão de quantos anos ele vai pegar de cadeia. Quem está desesperado é ele!.”

O líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), também membro da CPMI, diz que muito precisa ser explicado. “Vamos fazer as contas: salário líquido de cerca de RS 17 mil. Em 1 ano, aproximadamente R$ 205 mil. Em 3 anos, R$ 612 mil. Mas Mauro Cid teria movimentado R$ 8,4 milhões em 36 meses. A conta não fecha. De onde veio e para quem foi esse dinheiro?”, indagou.

“A mentira tem pernas curtas Bolsonaro. Seu castelo de falsidades está ruindo, com as revelações do hacker na CPMI e o anúncio do advogado de Mauro Cid de que seu ajudante de ordens vai confessar os crimes das joias. Crimes de mando, como é característico entre milicianos. E o mandante é você, do desvio das joias, da tentativa de golpe e das fakenews para enganar a sociedade. O Brasil não merecia esse desfile de horrores, mas é muito importante para a democracia iluminar os desmandos e falcatruas que você e seu desgoverno praticaram”, afirmou a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.

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