Sem categoria

Wassef assume ter recomprado Rolex vendido ilegalmente nos EUA

Spread the love

Wassef assume ter recomprado Rolex vendido ilegalmente nos EUA

 

Advogado disse ter recomprado relógio com recursos próprios após decisão do TCU e afirmou não ter agido a pedido de Cid ou Bolsonaro; versão de Wassef é considerada fantasiosa na PF

 

Foto: Pedro França/Agência Senado

Em entrevista coletiva na terça-feira (15), o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, admitiu ter recomprado o relógio de luxo da marca Rolex vendido de maneira ilegal nos Estados Unidos, após ser dado como presente para o ex-presidente Jair Bolsonaro. O relógio deveria ter permanecido como patrimônio da União desde a sua entrada no Brasil.

Dias antes Wassef havia afirmado que nunca havia visto o relógio, que agora assume ter comprado.

A suspeita da Polícia Federal é que durante o governo Bolsonaro tenha sido formado um esquema de venda ilegal de joias recebidas como presentes pela presidência. No caso, o relógio foi vendido pelo general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens da presidência Mauro Cid, mas uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a devolução de diversos objetos recebidos por Bolsonaro.

Com isso, uma ‘operação resgate’ dos objetos já comercializados foi formada, aponta as investigações da Polícia Federal.

Leia também: Há indícios de lavagem de dinheiro e conta de Bolsonaro no exterior

Nesse ponto, Wassef teria agido a mando de Cid para reaver o Rolex. No entanto, o advogado utilizou a coletiva para negar que tenha agido a mando de Bolsonaro ou Cid. Ele afirmou na coletiva que resolveu comprar o relógio para devolver para as instituições nacionais após a decisão do TCU.

Segundo Wassef, ele estava de viagem pelos EUA, portanto não foi designado por ninguém e realizou a compra com recursos próprios, apresentando recibos da compra aos jornalistas presentes.

“Eu comprei o relógio. A decisão foi minha, não fiz a pedido de Bolsonaro nem de Mauro Cid e não foi uma recompra, porque eu nunca vi esse relógio antes. Eu fiz um favor para o governo brasileiro que me deve R$ 300 mil. E fiz o relógio chegar ao governo”.

Leia tambémInvestigação sobre joias sauditas de Bolsonaro vai para o STF

A compra de alto valor foi feita em dinheiro vivo, conforme o advogado, para obter desconto e facilitar o negócio como preconiza a legislação local. Assim, ele conseguiu um desconto, contou. O recibo apresentado foi no valor de US$ 49 mil.

Sobre o retorno do objeto para o Brasil, disse que não iria dar mais detalhes, somente em depoimento que prestará de forma voluntária à PF.

Versão falaciosa

Apesar da versão apresentada, a Polícia Federal tem provas de que Wassef agiu para recuperar o Rolex. Em mensagens de Whatsapp obtidas pela investigação, divulgadas pelo O Globo, foi verificado que o advogado e Cid se encontraram na Sociedade Hípica Paulista em abril deste ano para, possivelmente, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro receber o relógio a ser devolvido.

Leia também: Assessores venderam joias e repassaram dinheiro vivo para Bolsonaro

De acordo com o colunista Valdo Cruz, no g1, a versão de Wassef apresentada na coletiva foi considerada fantasiosa e hilária pela PF.

Na última sexta-feira (11), Wassef foi alvo de busca e apreensão da PF que investiga o esquema de venda de joias recebidas como presentes pela presidência no governo Bolsonaro.

Relógio nos EUA

O Rolex foi dado como presente a Bolsonaro em 2019, durante viagem à Arábia Saudita. O relógio, assim como outros objetos de alto valor, pertence ao patrimônio da União, mas foi levado para os Estados Unidos quando Bolsonaro foi para o país após perdes as eleições em 2022, indica a PF.

Assim como outros bens que deveriam ser incorporados ao patrimônio nacional, o TCU determinou a devolução depois de verificar a existência de tais objetos que se somam a outros episódios suspeitos que envolvem a comercialização de joias de maneira ilegal por assessores de Bolsonaro.

*Com informações Agência Brasil, g1 e O Globo. Edição Vermelho, Murilo da Silva.

AUTOR