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Indicadores positivos e desenvolvimento da economia impõem redução dos juros

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Indicadores positivos e desenvolvimento da economia impõem redução dos juros

Mantida no extorsivo patamar de 13,75% ao ano, Selic dificulta crédito, inibe investimentos e diminui ritmo da retomada do desenvolvimento

Agência Brasil

Em razão das dificuldades causadas à retomada do desenvolvimento, a atuação de Campos Neto é alvo de um pedido de investigação no Senado

Nesta terça-feira (1), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne pela quinta vez em 2023, trabalhadores, empresários e investidores estão, novamente, na expectativa de que o Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, faça uma redução consistente da taxa básica de juros (Selic), mantida desde agosto do ano passado no extorsivo patamar de 13,75% ao ano, o maior do mundo.

Em razão das dificuldades causadas à retomada do desenvolvimento, a atuação de Campos Neto é alvo de um pedido de investigação no Senado, apresentado, em 5 de julho, por nove partidos, entre os quais o PT. Os parlamentares o acusam de descumprir a lei que define a autonomia do Banco Central, na qual está previsto que a autoridade monetária deve, além do controle da inflação, fomentar o pleno emprego.

No momento em que os índices de inflação acumulam sucessivas quedas e a economia apresenta outros sinais de melhora, o presidente do BC insiste na incoerência de manter os juros nas alturas, o que dificulta o crédito, inibe investimentos e diminui o ritmo da recuperação do país. A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), tem reforçado que a situação exige uma redução expressiva da Selic. A reunião do Copom termina na quarta-feira (2).

“Estamos com deflação seguida e hoje saiu mais uma previsão de queda da inflação pra esse ano. PIB subindo, dólar caindo, empresários e analistas estrangeiros otimistas com o governo Lula mas a pior das previsões é dos juros, redução seria apenas de 0,25%. Um desastre total esse Campos Neto”, tuitou a deputada.

Gleisi estava entre os parlamentares que entregaram ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o pedido de investigação sobre a atuação de Campos Neto. Na ocasião, Pacheco, um dos críticos dos juros altos, afirmou que o bolsonarista será chamado pela Casa a se explicar.

A petição apresentada ao Senado foi atualizada em 25 de julho, quando os partidos incluíram mais um ataque de Campos Neto à soberania do país: o plano de terceirizar à gestora de fundos BlackRock as reservas internacionais brasileiras, essenciais para a soberania nacional, da ordem de US$ 380 bilhões – desse total, US$ 22 bilhões ingressaram em 2023. Essa manobra do presidente do BC levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a abrir uma investigação.

O pedido de apuração foi feito pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, para quem o plano do bolsonarista prejudica a capacidade do Brasil de honrar compromissos financeiros. Além disso, segundo ele, a interferência de uma gestora privada como a Black Rock, que administra trilhões de dólares de empresas pelo mundo, colocaria, portanto, a soberania brasileira em risco.

Indústria

Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), bem como representantes do setor varejista, têm reclamado das dificuldades impostas pelos juros altos.

A CNI, por exemplo, avalia que a Selic está acima do necessário para o combate à inflação e, no momento, impõe riscos adicionais à atividade econômica. De acordo com a entidade, há mais de um ano que a Selic está em patamar alto o suficiente para contrair a atividade econômica e, assim, controlar a inflação.

“Esperamos que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie já na próxima reunião o tão necessário processo de redução da Selic”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Da Redação