Foto: Reprodução

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump segue como o favorito entre os membros do Partido Republicano, mesmo com toda retórica golpista no 6 de Janeiro e os processos criminais que responde na Justiça americana.

Pesquisa Reuters/Ipsos publicada nesta quarta (19) revela que entre os apoiadores do partido 47% apoiam a candidatura do ex-presidente. O seu principal oponente, o governador da Flórida, Ron DeSantis, tem 19% de apoio entre os correligionários.

A pesquisa entrevistou 4.414 adultos de todos os EUA de maneira online. As entrevistas aconteceram durante sete dias e foi concluída nesta segunda (17).

O restante dos possíveis candidatos nas prévias republicanas seguem atrás dos dois favoritos, com Vivek Ramaswamy, um ex-executivo de biotecnologia, com 9% na pesquisa, seguido pelo ex-vice-presidente Mike Pence, que teve 7% de apoio.

A pesquisa revela um aumento nas intenções de voto de Trump, uma vez que na pesquisa de junho o ex-presidente tinha 43%.

A Reuters/Ipsos de julho revelou um cenário desfavorável para o atual presidente dos EUA, Joe Biden. Segundo os resultados, em um confronto hipotético entre as duas candidaturas o democrata teria 35% dos votos enquanto Trump alcançaria os 37%.

Os dois, portanto, estariam tecnicamente empatados já que a pesquisa tem cerca de 2 pontos no intervalo de credibilidade. Cerca de 28% dos entrevistados não tinham certeza de quem escolher ou votariam em outra pessoa ou em ninguém.

Um dado nada agradável para o atual ocupante da Casa Branca, a pesquisa diz que, entre os democratas, 63% concordam com a afirmação de que Joe Biden é velho demais para trabalhar no governo, enquanto 37% discordam.

Ainda assim, aos 80 anos, Biden lidera a disputa entre os correligionários do seu partido com 63% do apoio, enquanto Robert F. Kennedy tem 15%.

Trump inelegível?

Donald Trump pode ser considerado inelegível caso seja responsabilizado pelo ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Isso porque a 14ª Emenda proíbe quem “tiver se envolvido em insurreição ou rebelião” contra o governo.

Afora isso, o ex-presidente não pode ser considerado inelegível através dos dois processos em que foi indiciado desde que saiu da Casa Branca, em 2021 A constituição federal dos Estados Unidos estabelece poucos critérios para alguém concorrer ao cargo máximo do país, e condenações criminais não é um deles.

Alguns estados americanos (constituição do país confere autonomia legislativa aos estados) consideram a inelegibilidade e a perda do direito ao voto perante a condenações por crimes graves.

O caso do socialista Eugene Debs, que concorreu à Presidência em 1920 mesmo estando preso, é sempre lembrado como uma forma de jurisprudência. Trump, se tiver o mesmo destino, será, porém, o primeiro político com chances reais de vitória a enfrentar situação.