Portal de Dados Abertos do TSE auxilia pesquisas, trabalhos acadêmicos e imprensa
Portal de Dados Abertos do TSE auxilia pesquisas, trabalhos acadêmicos e imprensa
Página hospeda dados acessíveis ao público, estruturados em formato aberto e de livre utilização
Informações completas sobre candidaturas, eleitorado, resultados das eleições, histórico de totalização dos votos, prestações de contas eleitorais e partidárias: esses e outros tópicos podem ser estudados, em detalhe, por meio de centenas de conjuntos de dados acessíveis pelo Portal de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A página disponibiliza para a sociedade os dados gerados ou custodiados pelo Tribunal, de forma a garantir o acesso a informações e aprimorar a cultura de transparência da Justiça Eleitoral.
Esses bancos de dados podem ser livremente utilizados, tratados e compartilhados por qualquer pessoa, com a finalidade de gerar novas informações e iniciativas que estimulem a fiscalização do poder público pela sociedade e incentivem contribuições para a melhoria de gestão.
Dados abertos no combate à desinformação
Além do potencial de promover maior transparência e poder social, os dados abertos públicos também inspiram a execução de pesquisas, trabalhos acadêmicos e jornalísticos que aprimoram o conhecimento sobre as eleições e a Justiça Eleitoral.
Agência de checagem parceira do TSE no combate à desinformação, o fact-checker Aos Fatos executou, durante o período eleitoral, diversos trabalhos importantes com o auxílio dos dados disponibilizados pelo Tribunal. Uma das verificações feitas pelo portal só foi possível a partir do acesso aos dados abertos do histórico de totalização dos votos para o cargo de presidente da República.
A peça de desinformação em questão alegava que, quando o total de votos apurados estava em torno de 10%, criou-se certo padrão no qual, a cada dois ou três minutos, os dados eram atualizados, prejudicando um dos candidatos que concorria ao cargo em 2022.
O chefe de reportagem do Aos Fatos, Leonardo Cazes, explica o procedimento adotado pela equipe a partir das estatísticas públicas do TSE: “Primeiro identificamos os números da apuração com 10% da totalização concluída. Em seguida, construímos uma série com intervalos de dois minutos e calculamos a progressão do percentual de votos de cada candidato. Ao analisarmos os números, identificamos que, na hora seguinte, em 30 intervalos possíveis, a redução foi maior que 0,1 ponto percentual sete vezes. Ou seja, a alegação era falsa”.
A checagem foi publicada também pela página Fato ou Boato, do TSE. Confira aqui.
Cazes reforça que a transparência garantida pela política de dados abertos adotada pelo Tribunal é fundamental para enfrentar as ondas de desinformação que buscam questionar a credibilidade das eleições. “É importante para garantir que o jornalismo possa exercer o seu papel fiscalizador sem amarras de nenhum tipo. Inclusive, é um estímulo para que os cidadãos interessados no processo eleitoral possam eles mesmos atestar a veracidade das informações veiculadas pelo tribunal e pela imprensa”, aponta o jornalista.
Produções acadêmicas
Aluno de graduação em Estatística pela Universidade de Brasília (UnB), Matheus Rainero fez uso do conjunto de dados sobre pesquisas eleitorais para realizar o trabalho de conclusão do curso e obter o diploma.
A pesquisa executada pelo estudante fez uma análise crítica dos métodos de amostragens utilizados em pesquisas de opinião eleitoral feitas por três institutos em 2018, durante as eleições presidenciais.
“Inicialmente, foi feita uma sistematização das descrições metodológicas informadas ao TSE por cada instituto de pesquisa. Em seguida, fez-se uma análise específica dos tipos de técnicas de amostragem utilizadas. Além disso, foi feita uma busca dos resultados dessas pesquisas de opinião junto aos órgãos de imprensa”, descreve Matheus.
Segundo o estudante, se os dados não estivessem disponíveis no Portal de Dados Abertos do TSE, o procedimento teria sido ainda mais difícil, pois seria necessário recorrer pessoalmente a arquivos físicos.
Contribuições
As pessoas interessadas poderão enviar dúvidas sobre o portal, sugestões relativas à publicação de novos conjuntos de dados em formato aberto, solicitar informações ou relatar problemas técnicos na utilização dos dados já publicados por meio da Ouvidoria do Tribunal, conforme informações de contato divulgadas no Portal do TSE.
É importante ressaltar, no ato do preenchimento do formulário da Ouvidoria, que a demanda se refere ao portal de dados abertos.
Como acessar
Na página inicial do Portal de Dados Abertos, a usuária ou o usuário encontrará uma caixa de busca para pesquisar as informações desejadas. O acesso pode ser feito diretamente nos menus “Grupos”, para verificar os temas disponíveis, e “Conjunto de Dados”, para ir direto à relação completa. Nessa relação, cada conjunto de informações é exibido com o nome de identificação, a descrição e os formatos disponibilizados. Há a possibilidade também de aplicar alguns filtros disponíveis no lado esquerdo da tela.
As informações podem ser extraídas do Portal por meio de softwares estatísticos e editores de planilhas, que possibilitam comparações entre anos e outras análises. O download dos arquivos acompanha documento com a descrição das variáveis.
Todos esses dados estão também na página do Sistema de Estatísticas Eleitorais, acompanhados de visualizações gráficas e tabelas.
Acesse o Portal de Dados Abertos do TSE.