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Sob Lula, confiança no presidente e nas instituições políticas cresce

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Sob Lula, confiança no presidente e nas instituições políticas cresce

 

Avaliação do presidente da República atingiu o melhor patamar desde 2012. Também houve aumento na confiança com relação ao governo federal, aos partidos e ao Congresso

 

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Pesquisa do Ipec, divulgada nesta terça-feira (18), mostra que parte das instituições brasileiras, sobretudo as relacionadas ao campo político, estão recuperando sua credibilidade junto à população. Seis meses após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, aumentaram as pontuações obtidas pelo presidente da República — que alcançou o maior patamar desde 2012 —, pela administração federal, pelos partidos e pelo Congresso.

O Índice de Confiança Social (ICS) atribui nota de zero (nenhuma confiança) a 100 (confiança absoluta) e é medido desde 2009, inicialmente pelo Ibope, hoje Ipec. No caso do presidente, a pontuação saiu de 41 no ano passado para 50 agora, atingindo seu maior nível desde 2012, quando foi a 63. Como aconteceu nas eleições, estão no Nordeste os mais confiantes: na região, Lula chega a 66 pontos.

Por outro lado, estão nas classes A e B e nos evangélicos, com 39 e 43 pontos respectivamente, os níveis mais baixos de confiança no presidente. O recorte religioso também mostra que o presidente é mais bem avaliado entre os católicos, passando de 36 no ano passado para 45 agora. No sentido inverso, evangélicos avaliavam melhor o presidente em 2022, quando Jair Bolsonaro ocupava a cadeira, com 52 pontos, ante 43 agora.

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No caso do governo, foram aferidos 52 pontos, contra 47 no ano passado e 50 no primeiro ano da gestão Jair Bolsonaro, em 2019. Com relação ao Congresso, o índice cresceu seis pontos na comparação com 2022, saindo de 34 para 40, o mais alto alcançado desde 2009. A melhor avaliação para Câmara e Senado ficou no estrato de renda mais baixo (classes D e E) e menos escolarizado (até o ensino fundamental). O poder judiciário saiu de 51 para 53 agora e o sistema público de saúde passou de 51 para 56.

Embora figurem na última colocação, os partidos políticos alcançaram 34 pontos, quatro a mais em relação a 2022 e melhor patamar desde 2010. E os jovens entre 16 e 24 anos lideram a percepção positiva sobre as siglas, com 40 pontos.

O sistema eleitoral brasileiro, por sua vez, parece ter sentido, em parte, os efeitos das sucessivas tentativas dos bolsonaristas de descredibiliza-lo, passando de 59 no ano passado — melhor patamar desde 2010 — para 53 agora.

Em primeiro lugar na lista de instituições que têm maior confiança dos brasileiros estão o Corpo de Bombeiros, com 87 pontos, seguido pela Polícia Federal e pelas igrejas, ambas com 70.

Confiança em ascensão

A melhora na percepção geral das entidades do campo político é um dado benéfico, especialmente considerando que, nos últimos anos, o país passou por um longo e tortuoso processo de desgaste da política, alimentado pelo discurso antipolítico e “antissistema” adotado pela extrema-direita bolsonarista e coroado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.

“Desde 2012, a confiança dos brasileiros no presidente da República não era tão alta. A pesquisa do Índice de Confiança Social (ICS), realizada anualmente pelo Ipec, reflete o bom momento do Brasil, na economia que se recupera, no cenário internacional e também nas relações institucionais: a confiança dos eleitores nos partidos políticos e no Congresso atingiu, em 2023, seu maior patamar em 15 anos. Saem o ódio e a antipolítica, voltam a esperança e o diálogo. Vamos em frente!”, declarou a deputada federal Jandira Feghali (RJ), líder do PCdoB na Câmara.

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Para o líder do PT no Senado, Fabiano Contrato, “o resultado da pesquisa é positivo não só para o presidente Lula, mas marca a volta do Brasil ao rumo certo e confirma que política se faz com diálogo, humildade e cuidado com os que mais precisam. O resultado é positivo para o país”.

Ao jornal O Globo, a professora Rachel Meneguello, da Unicamp, destacou: “Em pleno início de um novo governo, de forte feição democrática e partidária, e após uma campanha mobilizadora de forças políticas variadas, são muitos os que não confiam nas instituições que organizam, representam e deliberam interesses da população. Esse é um dado muito significativo em um contexto de reconstrução da democracia, e mostra que há muito a fazer para construir a disposição e apoio necessários ao regime democrático”.