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Otimista, mercado financeiro projeta inflação menor e PIB maior para 2023

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Otimista, mercado financeiro projeta inflação menor e PIB maior para 2023

 

Boletim Focus vê queda da inflação de 2023 e alta no PIB, em meio aos esforços fiscais do Governo. Clima pode influenciar queda na taxa de juros.

 

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Apesar o Banco Central manter a taxa básica de juros nas alturas, sob protestos do Governo Lula, as projeções para a inflação feitas semanalmente por analistas do mercado para o Boletim Focus, voltaram a cair pela segunda semana seguida, enquanto as expectativas para o PIB estão em alta. Os investidores acompanham essas projeções para balizar as suas apostas para o começo de cortes de juros pelo Banco Central.

Com isso, vai caindo o argumento para o BC manter a taxa Selic em patamares insustentáveis. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne na semana que vem para decidir a meta da taxa Selic.

A projeção da taxa básica de juros da economia (taxa Selic) se mantém em 12,50% há sete semanas. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano, o que vem sendo motivo de sucessivas críticas do governo federal, de economistas e de representantes do varejo.

Após a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio (0,23%), a previsão para a inflação oficial deste ano na Focus caiu de 5,69% para 5,42%. No PIB, as projeções subiram de 1,68% para 1,84%, contra 1,02% há um mês.

Já para 2024, o Relatório Focus estima o crescimento do PIB em 1,27%, contra 1,38% de um mês atrás. Na inflação, as projeções para 2024, foco da política monetária, continuam apontando queda de 4,12% para 4,04%. Há um mês, era de 4,15%.

As expectativas de inflação para prazos tão longos são um termômetro da credibilidade da política monetária e fiscal, bem como da leitura do mercado financeiro sobre qual será o nível de inflação a ser perseguido pelo Governo Lula.

Apesar da nova queda, a mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 ainda está acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022.

No início da semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou que a inflação poderia ter uma melhora este ano, “ainda que lenta“. Os dados do Boletim Focus são um sinal de que o mercado acredita que a surpresa recente na inflação indica um movimento mais sustentado de queda, e não apenas oscilações favoráveis em preços de alimentos e bens industriais.

Tanto o BC, quanto o mercado reconhecem que o risco fiscal tem diminuído com o andamento do novo arcabouço fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A desancoragem observada nos prazos mais longos nos últimos meses está ligada ao debate sobre mudança da meta de inflação, levantado pelo governo.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) avalia que essas notícias mostram que o governo está no caminho certo e que ainda há muito mais para acontecer, referindo-se à aprovação do novo arcabouço fiscal, da reforma tributária e da provável redução da taxa de juros nas próximas reuniões do Copom. “Isso é só o começo da retomada da credibilidade do país e do dinheiro de volta no bolso da população”, avalia.

A queda no preço do gás de cozinha, a redução de impostos para carros populares e a queda no valor do quilo da carne são fatores que tendem a apontar para índices ainda melhores, segundo apontam agentes do governo.

Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, o BC manteve suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% para 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.

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