Ministro defende PL das Fake News para combater violência nas escolas
Ministro defende PL das Fake News para combater violência nas escolas
Em seminário, Camilo Santana, ministro da Educação, salienta que regulação das redes, por meio do PL 2630, é fundamental para enfrentar ataques em instituições de ensino
Publicado pelo Portal Vermelho
O ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu que o “ambiente escolar deve ser de paz, de tolerância e de construção de um futuro de esperança para as crianças e jovens brasileiros”. Neste sentido, disse ainda que a regulação das plataformas digitais no Brasil, proposta pelo Projeto de Lei 2630, conhecido como PL das Fake News, é fundamental.
A fala ocorreu durante a abertura do 1º Seminário Internacional Sobre Segurança e Proteção no Ambiente Escolar, em Brasília, nesta terça-feira (30), que contou com a presença de representantes de cinco ministérios que fazem parte do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prevenir e enfrentar a violência nas escolas. O evento faz parte das iniciativas adotadas pelo governo com esse objetivo e se estende até esta quarta-feira (1º).
Para o ministro, “o enfrentamento à violência nas escolas se faz com inteligência e com investigação nas redes sociais, mas também com a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma lei que possa regulamentar as plataformas digitais no país”. Ele também destacou que este é um debate que vem acontecendo em vários países, o que mostra a urgência do tema.
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“É preciso que haja mecanismos para regulamentar, punir e controlar as redes sociais que, no mundo inteiro, tentam estimular o fascismo, a intolerância, o ódio, o medo, o armamento… Precisamos aprovar esta lei que está no Congresso Nacional neste momento”, salientou Santana, referindo-se ao PL 2630.
Na avaliação da ministra da Saúde, Nísia Trindade, também presente no seminário, “há questões que se passam no território escolar, mas há uma ampla conexão que integra crianças e jovens com mensagens que são de estímulo à violência e a um ambiente onde não há paz e justiça”.
Redes sociais X violência
O crescimento no número de casos de violência em escolas, de fato, é preocupante, sobretudo diante da escalada registrada nos últimos anos. Segundo levantamento feito pela Unicamp, entre 2002 e 2023, houve 23 registros de ataques com violência extrema em escolas brasileiras. Como resultado, 24 estudantes, quatro professores e dois profissionais de educação foram mortos. Segundo dados do G1, nove ataques a escolas ocorreram somente entre 2019 e 2022. Dois ocorreram no começo deste ano.
Ao mesmo tempo, o estímulo à violência contra instituições de ensino por meio da internet e das redes sociais também se tornou frequente. Para enfrentar esse grave cenário, o governo federal tomou uma série de medidas como forma de estancar a disseminação de discursos que levem a esse tipo de ataque, o que torna fundamental a regulação das redes, proposta pelo PL 2630.
O projeto, apresentado em 2020 pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), foi aprovado no Senado e tramita na Câmara, sob relatoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
A proposta estabelece regras de transparência e de responsabilização das empresas responsáveis pelas redes sociais e por serviços de mensagens, favorecendo, entre outros pontos, o acompanhamento e o controle da divulgação de conteúdos de desinformação e de discursos de ódio no ambiente virtual.
Após ofensiva das redes sociais e da extrema-direita, que veicularam uma série de inverdades sobre o teor da proposta procurando inviabilizar sua aprovação, a votação foi adiada. Ainda não foi marcada nova data para a apreciação.
O tema também estará na pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), possivelmente na segunda quinzena de junho. Serão analisadas ações relativas à moderação e responsabilidade das empresas de tecnologia em relação a conteúdos publicados nas redes sociais.
Com informação da Agência Brasil