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“A busca pela paz não pode ser prerrogativa de países desenvolvidos”, diz Lula

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“A busca pela paz não pode ser prerrogativa de países desenvolvidos”, diz Lula

 

Presidente defendeu maior diversidade de países no Conselho de Segurança da ONU e maior participação dos Brics como alternativa de financiamento internacional

 

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Almoço por ocasião do Dia da África. Palácio Itamaraty, Brasília – DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em um encontro com representantes de países africanos na quinta-feira (25), durante almoço por ocasião do Dia da África, no Palácio Itamaraty, Brasília.

Na oportunidade, o presidente defendeu que mais países se envolvam nas negociações pela paz mundial.

“A busca pela paz não pode ser prerrogativa de países desenvolvidos. Existem exemplos de mediação bem-sucedidos na África e na América Latina. Há espaço nas diversas regiões do mundo para iniciativas que complementem os esforços da ONU”, falou.

Segundo Lula, o Conselho de Segurança da ONU se enfraquece ao não ter maior diversidade de países em sua composição fixa. O presidente luta por um assento permanente no Conselho para o Brasil e para países africanos.

“O Conselho de Segurança da ONU tem perdido legitimidade. É preocupante que ele se pronuncie cada vez mais sobre assuntos que dizem respeito a todos, como clima e saúde, sem que grande parte do mundo esteja devidamente representado na sua composição. O Brasil tem lutado para que países em desenvolvimento tenham assento permanente no órgão. Isso inclui, naturalmente, países africanos”, criticou Lula.

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O Conselho é composto por 15 países, sendo que somente são membros permanentes com direito a veto: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.

BRICS

Na mesma linha, Lula disse que o Banco dos BRICS pode ser uma das respostas para atender grupos de países em desenvolvimento, uma vez que outros bancos internacionais têm sido insuficientes nessa questão.

“Algo semelhante ocorre com as instituições financeiras internacionais, que não têm atendido às necessidades dos países em desenvolvimento. Muitos ainda se veem pressionados por condicionalidades e asfixiados por dívidas impagáveis. Queremos que o Banco dos BRICS se consolide como alternativa de financiamento e vamos fortalecer nosso engajamento com o Banco Africano de Desenvolvimento”, colocou Lula.

Os principais bancos internacionais são ligados as Nações Unidas: o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

No discurso ainda lembrou que o Brasil, a partir de dezembro, ocupará a presidência do G20 e que pretende ampliar, para além da África do Sul, a representatividade de outros países, com o ingresso da União Africana e de outros países do continente. Também ressaltou que, como anfitrião da COP 30 do Clima, em 2025, que será realizada em Belém (PA) – o anúncio foi confirmado em 26/5 –, o governo irá trabalhar para assegurar o “cumprimento dos compromissos assumidos pelos países desenvolvidos em matéria de financiamento e transferência de tecnologia.”