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Brasil resiste aos EUA e se abstém em votações da ONU sobre guerra

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Brasil resiste aos EUA e se abstém em votações da ONU sobre guerra

 

Brasil se uniu a outros 51 países que se abstém de condenar Rússia a pedido da Assembleia Mundial de Saúde. O país também se absteve em votação de proposta da Rússia.

 

75a. Assembleia Mundial da Saúde, organizada pela OMS, em Genebra, aberta neste 22 de maio

O Brasil se absteve em uma votação da ONU feita durante a Assembleia Mundial da Saúde nesta quarta-feira (24). A Assembleia apresentou uma resolução condenando a agressão russa à Ucrânia, incluindo ataques a instalações de saúde. A resolução apresentada foi aprovada, porém o Brasil se uniu a outros 51 países em votos de abstenção.

Duas propostas foram votadas, uma ucraniana e outra russa, sobre o conflito em curso. O Brasil não apoiou nenhum dos textos e, ao votar, a instrução que o Itamaraty enviou para delegação brasileira foi de optar por abstenção.

No final da votação, foram 80 votos a favor, 9 contra e 52 abstenções. Ao lado do Brasil estiveram outros países do BRICS, como Índia e África do Sul. Já a China votou contra a resolução, ao lado de Cuba, Síria e Coreia do Norte. Países da América Latina votaram ao lado da Ucrânia, como Argentina, Chile e Colômbia.

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Com isso, o Brasil reafirma sua neutralidade no tema da guerra, mesmo diante da enorme pressão dos EUA. O presidente Lula tem defendido internacionalmente a necessidade de abrir diálogo pela paz entre os dois países, enquanto uma maioria de países europeus rejeita qualquer conversação com o presidente russo Vladimir Putin.

“Não acreditamos que nenhuma dessas propostas vão contribuir para reduzir os níveis de violência contra profissionais de saúde ou reduzir os danos às instalações de saúde da Ucrânia […] Temos dúvidas de que vão melhorar o acesso à saúde para as populações afetadas”, disse a delegação brasileira ao justificar seu voto na assembleia, de acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL.

O governo brasileiro ainda afirmou que entende que as regras da OMS autorizam a entidade a monitorar a situação de saúde em qualquer parte do mundo, “à luz de critérios técnicos e objetivos”, mas questionou a abordagem do tema pela instituição. Para o governo, temas como paz e segurança “têm seu próprio espaço para debate, como a Assembleia Geral da ONU, o Conselho de Segurança ou Conselho de Direitos Humanos e a Corte Internacional de Justiça”.

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Em uma outra votação, dessa vez apresentada pela Rússia, o Brasil também optou por se abster. Na ocasião, Moscou apresentou uma contraproposta que reconhecia a emergência de saúde na Ucrânia, sem mencionar seu papel na guerra.

Essa moção foi rejeitada pela assembleia imediatamente após a primeira votação, por 62 votos a 13, com 61 abstenções e 41 países ausentes.

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