Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou irregularidades no Cadastro Único (CadÚnico) na gestão Bolsonaro. Mais de um milhão de pessoas que morreram constavam ativas no CadÚnico, em outubro de 2022. As informações foram divulgadas nesta quinta (18) pelo site UOL.

Segundo a reportagem, a CGU apontou que 1.078.250 pessoas tinham o registro de óbito no Sistema Nacional de Informações de Registro Civil ou no Sistema de Óbitos. O número representa 1,2% do total de beneficiários do Auxílio Brasil, lançado pelo ex-presidente.

Os dados foram cruzados por meio do número de CPF e da data de nascimento dos inscritos.

“Tal fato indica impropriedade nos registros do CadÚnico, com reflexo direto nos pagamentos de benefícios suportados com os dados do referido Cadastro, bem como falhas nos controles sob responsabilidade do Ministério da Cidadania [do governo Bolsonaro] para identificação dessas situações”, diz o relatório da pasta.

Em abril, o governo do presidente Lula excluiu 606 mil mortos do CadÚnico. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, a pasta efetuou as exclusões de pessoas com indicativo de óbito que não atualizaram o cadastro nos 12 meses anteriores.

A CGU também identificou 468 mil famílias fora do perfil de renda do antigo Auxílio Brasil. Segundo a reportagem, os prejuízos causados por essas inconsistências podem chegar a R$2,18 bilhões entre janeiro e outubro de 2022.

“Verificou-se a existência de impropriedades e de inconsistências cadastrais nos registros constantes do CadÚnico, bem como inadequação da gestão de riscos.”, diz o relatório.

Outras irregularidades foram identificadas, de acordo com o UOL:

– 20.766 registros de pessoas que tinham o número do CPF em mais de uma família;

– 296.265 registros com data de nascimento diferente entre Cadastro e dados do CPF

– Cresceu o número de famílias de uma pessoa só em busca do Auxílio Brasil. Foi constatado aumento de 62,1% na quantidade de famílias unipessoais inscritas entre janeiro e outubro de 2022, contra 14,3% das demais famílias. Isso indica o desmembramento fictício de famílias para receber o benefício.

Em outubro, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro antecipou o pagamento do Auxílio Brasil e do Auxílio gás numa tentativa de manipular as eleições presidenciais.