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Cerco a Bolsonaro se fecha e ele terá de ajustar contas com a Justiça

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Cerco a Bolsonaro se fecha e ele terá de ajustar contas com a Justiça

 

Parlamentares avaliam que a situação dele é cada vez mais crítica. “O destino de quem comete crimes é numa hora se encontrar com a Justiça”, diz o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA)

 

Viatura da PF deixa condomínio onde mora Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Deputados e senadores avaliaram como crítica a situação de Bolsonaro que nesta quarta-feira (3) recebeu agentes da Polícia Federal (PF) na porta da sua casa num condomínio do Jardim Botânico, em Brasília.

O ex-presidente e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro tiveram os celulares apreendidos na operação Verine, que investiga suposta fraude no cartão de vacina do casal e da filha Laura Bolsonaro.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

De acordo com a PF, houve uma associação criminosa para inserir falsas informações relativas à vacinação contra a covid-19 no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde, e na Rede Nacional de Dados em Saúde (Rnds).

Leia mais: Entenda operação da PF que atingiu Bolsonaro e outros seis aliados

“Conspirar contra a saúde pública é uma corrupção gravíssima”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante reunião nesta quarta-feira da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Desde quando chegou dos Estados Unidos, onde se autoexilou, Bolsonaro já depôs duas vezes à PF: a primeira no caso dos atos golpistas do 8/1 e depois no desvio das joias sauditas.

Nesta quarta-feira, outro depoimento estava marcado quando ele foi surpreendido na operação de busca e apreensão.

Repercussão

“Bolsonaro e sua turma desdenharam a saúde, as leis, a Constituição, o povo brasileiro. O destino de quem comete crimes é numa hora se encontrar com a justiça, independente de quem seja. Fraudar cartões de vacina. Que gente é essa ?”, afirmou o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA).

Para a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, o ex-presidente surpreendeu.

“Bolsonaro prevaricou na pandemia, vendeu remédio ineficaz, infringiu medidas sanitárias, cometeu crime de responsabilidade e contra a humanidade. E quando a gente pensa que já viu de tudo sobre o genocida, descobre mais. Que homem é esse que falsifica o cartão de vacinação da própria filha?”, indagou.

“É questão de tempo para o golpista responder por seus atos que em tese são: infração de medida sanitária preventiva, inserção de dados falsos de informação. Mas sabemos que daí vão surgir muitos mais!”, afirmou o senador Beto Faro (PT-PA).

O ministro Alexandre de Moraes (Foto: Carlos Moura/STF)

Sigilo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo sobre sua decisão determinando buscas na casa de Bolsonaro.

“Diante do exposto e do notório posicionamento público de Jair Messias Bolsonaro contra a vacinação, objeto da CPI da Pandemia e de investigações nesta Suprema Corte, é plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas eleições gerais de 2022”, escreveu o ministro.

Moraes também refutou a possibilidade do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de Bolsonaro, tenha inserido os dados falsos sem a autorização do ex-presidente.

“Não há qualquer indicação nos autos que conceda credibilidade à versão de que o ajudante de ordens do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro pudesse ter comandado relevante operação criminosa, destinada diretamente ao então mandatário e sua filha, sem, no mínimo, conhecimento e aquiescência daquele, circunstância que somente poderá ser apurada mediante a realização da medida de busca e apreensão requerida pela autoridade policial”, justificou o ministro.

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