Sem categoria

CATALÃO MERECE A UEG?

Spread the love

Universidade Estadual de Goiás - Home | Facebook

 

CATALÃO MERECE A UEG?

A pergunta acima é extremamente conveniente, pertinente e interessante, Catalão a 6º economia do Estado de Goiás, cidade abençoada em suas entranhas por terras raras, com minérios cobiçados pelo mundo todo, que é uma das poucas que tem duas montadoras de automóveis, cantada em verso e prosa como a “Athenas de Goiás”, que já conta com a Universidade Federal de Catalão (UFCAT), Una, Instituto Federal de Educação, apresenta todos os requisitos para ampliar a vocação em ser uma cidade universitária.

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) não só merece ser instalada em Catalão, como deveria já estar funcionando aqui por décadas, e levando ensino de qualidade, dando acesso ao ensino superior a mais e mais gente, pobre, preto, filho de trabalhador, mulheres, jovens, de todos os seguimentos da sociedade, mas sobretudo, aqueles que ainda não tiveram acesso ao saber superior.

Mas, contudo, o problema não é questão de merecimento e sim de escolhas políticas feitas ao longo do tempo, vale lembrar que a UEG já esteve em Catalão, já formou alunos pelo regime de parcelada, já por inúmeras vezes houve tratativas entre reitores, diretores e pró-reitores para que ela se instalasse aqui, e sempre o que se viu foram propostas meramente eleitoreiras, ou que tinham por objetivo simplesmente responder a promessas feitas em campanha eleitoral, e nada mais do que isso.

Nesse sentido, é claro que é importante que nossas autoridades do legislativo levantem essa bandeira, que deputados como Jamil Calife (PP) queiram mudar essa história de politiqueiros querendo apenas no arroubo momentâneo se apresentarem como defensores da educação, de nossa universidade e do acesso universal a educação.

Porém, para que a UEG venha para Catalão, é necessário primeiramente começar corretamente, seguir algumas regras e trâmites, como aprovar uma lei estadual que crie a UEG em Catalão, que não foi feito, submeter essa proposta ao Conselho Estadual de Educação, realizar concurso público para contratação de professores e técnicos, encaminhar a ideia ao Conselho Universitário (CSU)  ter um prédio em condições de abrigar a universidade, que seja doado ao patrimônio dela, nenhuma dessas ações foi ainda realizada.

Ou seja, falar na instalação da UEG em Catalão, já para o mês de agosto, é papo de politiqueiro, dizer que já está acertado “tudo” com o governador Ronaldo Caiado é politicagem barata e jogar literalmente o governador contra as dezenas de cursos fechados, as unidades que após 20 anos de funcionamento, não mais oferecem um curso sequer, as regiões norte e nordeste do estado, que foram praticamente banidas pela UEG, em sua “reestruturação”, enfim, é desconhecer toda a bonita mais sofrida história da UEG.

O deputado Jamil Calife, guiado pelo seu guia espiritual, Adib Elias, bem que poderia montar uma comissão de estudados e entendidos no assunto, procurar reitor, empresários, comerciantes, clubes de serviços, sindicatos, gente que pensa e gosta de educação para imaginar como seriam transpostos esses inúmeros obstáculos, mas não, prefere ser levado pelo canto da sereia e com ele, tenta ludibriar professores que querem corretamente, a todo custo, garantirem seus empregos, usados, nesse caso como marionetes, estudantes afoitos por novos cursos universitários e pais, que sonham em ver os filhos matriculados em uma universidade pública, gratuita e de qualidade.

É fato que a  UEG foi e está sendo desmontada, por conveniência política, os mais de 38 mil alunos foram reduzidos a menos de 18 mil, os mais de 2.000 professores caíram para menos da metade, os mais de 1000 servidores, também evaporaram em sua grande maioria, Catalão merece sim uma UEG, mas consolidada, com cursos interessantes aos alunos e ao mercado de trabalho, um prédio descente, e não puxadinhos que sobraram na cidade, investimentos de  fato, como recebe time particular de futebol ou praças reformadas, mas como querem fazer, será mais uma iniciativa fadada ao fracasso, o Cursinho Israel Macedo está fechado, o curso de medicina da UFCAT não teve vestibular por falta de professores, as escolas municipais, quando chove goteram, lembram?

 

E. Mamede Leão

Historiador, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Unidade de Pires do Rio, autor do livro: “Quem Matou Oripão: Diamantes, Política, Festas e Morte…., entre outros.