Conteúdos de desinformação têm tirado de contexto uma publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em julho de 2021, o órgão emitiu um alerta sobre risco de miocardite e pericardite após aplicação de vacinas da Covid-19 de plataforma de RNA mensageiro (RNAm).

A incidência dos casos de miocardite em vacinados contra a Covid-19 é de 0,031 acometidos para cada 100.000 doses aplicadas. De acordo com a própria Anvisa, até o momento, não houve nenhum óbito por miocardite ou pericardite com associação causal com a vacina de Covid-19 no Brasil.

De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, foram administradas 510.573.962 doses de vacinas contra a Covid-19 até 31 de dezembro de 2022. Nesse período, foram notificados 154 casos de miocardite ocorridos após aplicação da vacina. Esses casos foram constatados seguindo os critérios da Brighton Collaboration, uma organização dedicada à segurança em vacinas.

Um detalhe muito importante é que a taxa de miocardite entre doentes de Covid-19 é de 30 casos por milhão para a população em geral. Ou seja: quando alguém não toma a vacina, essa pessoa fica muito mais exposta a esse problema de saúde.

Até julho de 2021, quando a Anvisa publicou o informativo, não havia registros de casos de miocardite relacionados com as vacinas contra a Covid-19 no Brasil. No entanto, por precaução, a agência seguiu o mesmo posicionamento tomado pela agência americana CDC, que havia verificado o fenômeno no país norte-americano, e por isso emitiu o alerta.

A Anvisa emitiu um informe mais recente sobre essa questão e que pode ser acessado aqui.

O Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza no período de abril a maio. O Brasil precisa vacinar mais de 80 milhões de pessoas. Em maio, vai ser a vez das crianças brasileiras serem protegidas contra o sarampo e poliomielite. Não deixe a desinformação te deixar doente. Vacinas salvam vidas!