Macron escolhe governar sem “as ruas” e protestos crescem na França
Macron escolhe governar sem “as ruas” e protestos crescem na França
A continuidade dos protestos em decorrência da reforma da Previdência na França pode fazer com que o Rei Charles III, do Reino Unido, adie visita
Publicado pelo Portal Vermelho
Nesta quinta-feira (23) ocorreu o nono dia de protestos na França contra a reforma da Previdência imposta pelo presidente Emmanuel Macron. Segundo o Ministério do Interior, 1,089 milhão de pessoas estiveram nas ruas para protestar. A central sindical CGT, principal organizadora dos protestos, falou em 3,5 milhões de pessoas espalhadas por todo o país.
Os conflitos acontecem após o governo decidir unilateralmente pelo aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. Para isso, Macron se valeu do artigo 49.3 da Constituição para impor uma Lei sem a aprovação do Parlamento.
De acordo com a imprensa europeia, o presidente francês não pretende retroceder e pode até pautar novas reformas conforme o seu governo continue sobrevivendo.
Ao que tudo indica, Macron insistirá na tentativa de passar um clima de normalidade e agir como se tudo estivesse bem. Porém analistas e políticos têm se preocupado com os rumos que esse enfraquecimento da política pode levar.
Em entrevista concedida a canais franceses o presidente afirmou respeitar a legitimidade dos protestos, mas criticou os atos de violência.
Viagem de Charles III
Os protestos na França podem alterar a agenda do rei Charles III, do Reino Unido. Seria a primeira viagem ao exterior do monarca, mas ainda há incerteza se a data será mantida. Inicialmente a visita do rei à França está marcada para domingo (26).
No entanto, um assessor do presidente Emmanuel Macron afirmou que as partes ainda discutem como será feita a visita.
Além de encontrar um país em convulsão com lixo espalhado pelas ruas, greves e outros contratempos, os assessores temem que a visita seja alvo dos sindicalistas.
Nas agendas anteriores informadas pelo Palácio de Buckingham, Charles poderia participar de cerimônia no Arco do Triunfo com Macron e falar no Senado francês – situações impensáveis neste momento.
*Com informações de agências