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SAE X CRAC Duas Histórias, Dois Diferentes Destinos…

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SAE X CRAC, Duas Histórias, Dois Diferentes Destinos

Em Catalão, cidade que sonha e faz, duas instituições catalanas merecem algumas reflexões: O CRAC de Catalão e A SAE, Superintendência de Água e Esgoto, o primeiro uma entidade privada, a segunda uma autarquia pública, por que o tratamento a ambas é tão diferenciado por parte da atual gestão da Prefeitura Municipal de Catalão?

Pois bem, o CRAC, só nos últimos 10 anos consumiu tranquilamente mais de 20 milhões de reais dos cofres públicos, só esse ano foram separados e destinados a ele, 2 milhões de reais, só em dinheiro vivo, se se computar diárias de agentes públicos em dia de jogos, combustível, motoristas e servidores públicos envolvidos nas viagens e nas reformas do estádio, os valores aumentarão e muito. Com três secretários municipais atuando na diretoria do Clube, que repito é privado, o prefeito Adib Elias é o presidente de fato do Clube, de direito tem como presidente, seu amigo, indicado por ele, que é um de seus  financiadores de campanha eleitoral, que também mantém negócios com o poder público, como aluguéis de imóveis e supostamente  de máquinas para a prefeitura.

O time do CRAC não tem categoria de base, há décadas não revela um jogador sequer, não possui um titular na atual equipe que seja de Catalão ou da região, o time, “de verão”, ao acabar o campeonato, se desfaz e daqui há alguns meses é refeito novamente, sempre contratando a equipe técnica e os jogadores de fora, escolhidos e negociados a dedo pelo prefeito. Além do futebol profissional, nenhuma outra modalidade é praticada no pomposo estádio Genervino Evangelista da Fonseca, transformado em Arena Rifértil e entregue a um amigo pessoal do prefeito, que o utiliza a partir dessas parcerias para a realização de shows, com cobrança de ingressos e a outras atividades particulares.

Empresários de grandes empresas multinacionais como a mineradora CEMOC, a montadora de automóveis Mitsubishi ou a fabricante de maquinário agrícola, John Deere, entre outras, não colocam um real sequer na equipe, plantadores de soja de destaque nacional que residem em Catalão, nem sonham em colaborar, alguns deles dizem simplesmente: “Que sabem o que fizeram no verão passado com o time”.

A SAE é altamente lucrativa, estima-se que dê mais de um milhão de lucros líquidos aos cofres públicos por mês, com mais de 200 servidores diretos contratados pela empresa, 50 concursados, mesmo tendo a sua frente um gestor pífio, que até adquiriu obras de arte com dinheiro público para enfeitar sua nobre sala e comprou tapetes “persas” para pisar quando por lá aparece e gosta de ameaçar servidores concursados, inclusive de cortar -lhes à cabeça. A empresa mesmo não tendo como objeto principal a obtenção de lucros nunca deu prejuízos ao erário público, mas mesmo assim, é alvo de tentativa de ser entregue a iniciativa privada pela chamada Parceria Pública Privada (PPP) que poderá entregar a “galinha dos ovos de ouro” nas próprias palavras do prefeito ao capital nacional ou internacional, em uma completa inversão de valores se comparado ao CRAC.

Mas por que o prefeito quer vender a SAE que é lucrativa, ou como ele mesmo disse quer ganhar dinheiro com ela, mas não quer vender o CRAC, que retira por anos bem mais de um milhão de reais dos cofres públicos?

A pergunta se torna mais interessante ainda, quando se percebe que a SAE dá lucros e dividendos ao povo, leva até a torneira um bem indispensável à vida que é água, e o CRAC, leva alegrias, sim é verdade, mas  a uma pequena parcela da população, retira dinheiro dos cofres da cidade e entra ano e sai ano, é a mesma coisa, nada fica de especial para a população após a desclassificação, cabe lembrar que o Clube não tem nem mesmo uma sala de troféus, um arquivo de suas partidas e conquistas e nem uma verdadeira sede, o clube que já teve oponente salão de festas no centro da cidade, piscinas e área de convivência e de churrascos, nos dias atuais convive com processos de leilão de patrimônio e de penhora de bens e de renda dos jogos.

Por que tudo ao CRAC e nada a SAE, pelo o menos nesse ano quando se aproxima o final do quarto mandato do atual prefeito?

Nesse sentido, qualquer cidadão catalano, que não tenha interesses escusos irá dizer que é melhor terceirizar o CRAC e investir os dois milhões públicos na SAE, garantindo mais água de qualidade, tratamento de esgoto e serviços de excelência e mais acessíveis aos consumidores catalanos.

Mamede Leão é Historiador, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), autor do livro: “Quem Matou Oripão, diamantes, política, festas e morte, entre outros.