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Finlândia na vanguarda da luta contra as fake News

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Finlândia na vanguarda da luta contra as fake News

 

País ficou em primeiro lugar no ranking de 41 países membros da Europa que foram mais resilientes à desinformação pela 5ª vez consecutiva, diz pesquisa

 

Foto: pxhere.com

Numa pesquisa publicada em outubro de 2022 pela Open Society Institute de Sofia, capital da Bulgária, a Finlândia ficou em primeiro lugar no ranking de 41 países membros da Europa que foram mais resilientes à desinformação pela 5ª vez consecutiva.

Pesquisadores do fenômeno da desinformação no mundo constatam que o sucesso da Finlândia não está relacionado apenas ao fato de que o sistema educacional finlandês é considerado um dos melhores do mundo, mas também por este país estar desenvolvendo esforços para ensinar seus alunos a identificar a desinformação, as Fake News.

Em artigo publicado na semana passada no jornal americano The New York Times*, o diretor Leo Pakkala do Instituto Nacional Audio-visual da Finlândia – coordenador da educação sobre mídia em seu país – tanto faz o que o professor esteja ensinando se a educação física ou matemática, assim como a linguagem, se você não possa incluir esses temas no trabalho com as crianças e os adolescentes no dia-a-dia.

A pesquisa levada a cabo na Europa sobre a questão da informação parte de 3 elementos principais: 1) o nível de liberdade de imprensa; 2) o patamar de confiança da sociedade em suas instituições; 3) os índices de leitura, de conhecimento da ciência e da matemática.

Na Finlândia, 76% dos entrevistados numa pesquisa promovida pela associação dos órgãos informativos do país consideraram os jornais impressos e digitais confiáveis. Este resultado, sem dúvida, está relacionado às vantagens deste país no combate à desinformação, em função de seu ótimo sistema público de ensino, ao fato também de que as universidades são gratuitas. Outro fator é que o governo é considerado muito confiável pela população e que o país soube enfrentar de forma muito positiva a pandemia da Covid 19.

Na comparação com os Estados Unidos – que não foram incluídos nesta pesquisa realizada – outras pesquisas demonstram que a desinformação e as notícias falsas têm prevalecido cada vez mais entre a população desde 2016 e que a confiança dos americanos nas notícias divulgadas pela grande mídia atingiram o mais baixo índice até o momento. Uma pesquisa do Instituto Gallup, por exemplo, publicado em outubro passado, revelou que apenas 34% dos entrevistados acreditam que a comunicação de massa tem reportado a realidade de maneira completa e acurada.

A ação mais importante dos professores finlandeses, no entanto, foi ter incluído no currículo regular das escolas desde o nível médio, o ensino do letramento de mídia – onde se procura debater com os alunos o tema da desinformação e das fake News. O governo da Finlândia considera os jovens como o setor da sociedade mais suscetível à desinformação. Mas as bibliotecas públicas também têm sido utilizadas como centros de ensino para as pessoas idosas na identificação de informações falsas divulgadas pela internet.

Para os professores de qualquer grupo geracional essa atividade de combate à desinformação é uma tarefa muito desafiadora, porque é muito mais fácil o ensino da literatura que já estudamos durante toda a vida. Os professores que se dedicam ao ensino do letramento de mídia notam que houve um declínio geral na capacidade de leitura e compreensão de texto, talvez devido à diminuição do índice de leitura de livros, devido à quantidade de tempo dedicado a jogos e a vídeos entre a juventude. Com uma diminuição da capacidade de identificação de desinformação, os estudantes ficam mais vulneráveis a acreditar em fake News, e não desenvolvem habilidades sobre tópicos de identificação de desinformação. Um exemplo de como se pode desvendar uma desinformação é a utilização errada da própria língua natal do país, onde não se dá atenção à construção das frases e à correção das palavras utilizadas. Outra possibilidade de identificar as fake News é dominar a manipulação da informação através de algoritmos. Estes recursos são ensinados no currículo de ensino médio da estrutura educacional da Finlândia.

O exemplo do caso Finlandês poderia ser uma referência para se estudar formas e meios de aplicação no Brasil, onde a sociedade em geral se tornou extremamente vulnerável com a ação sistemática de fake News em níveis astronômicos, com a utilização de manipulação através de algorítimos e de inteligência artificial.

*baseado em reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho

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