Terroristas bolsonaristas atacam e invadem Congresso, STF e Planalto
Terroristas bolsonaristas atacam e invadem Congresso, STF e Planalto
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o senador Randolfe Rodrigues denunciam omissão do governo do DF e pedem intervenção na Segurança Pública de Brasília
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Terroristas bolsonaristas que durante semanas acamparam em frente do Quartel General do Exército em Brasília invadiram e depredaram, neste domingo (8), as sedes dos Três Poderes da República: o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação criminosa, que constitui um inaceitável ataque à democracia brasileira e à vontade do povo, que se manifestou nas urnas pela mudança de governo, quase não contou com resistência, uma vez que a Polícia Militar do Distrito Federal não foi mobilizada de acordo com o que a grave situação exigia.
Assim, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do governo Lula no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acionaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, para que seja decretada intervenção na Segurança Pública do DF.
“O Governo do DF foi irresponsável. É um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses. Governador (Ibaneis Rocha) e seu secretário de segurança (Anderson Torres), bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, afirmou Gleisi no Twitter.
“A manifestação terrorista em Brasília já era prevista e contou com a complacência e quase cumplicidade do governador do DF, Ibaneis Rocha. Qualquer coisa que vier a acontecer com a vida das pessoas e ao patrimônio do povo brasileiro, o Sr. Ibaneis Rocha será responsabilizado”, escreveu Randolfe.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também criticou a omissão da polícia do Distrito Federal: “Esses atos criminosos ferem a democracia brasileira. As instituições não servem a um partido, deveriam ser preservadas. A polícia do DF é omissa! Não podemos pactuar com tamanha violência desses vândalos”.
O secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Antes, ele já havia sido secretário no governo Ibaneis, cargo ao qual voltou recentemente. Segundo o portal Metrópoles, Ibaneis determinou a exoneração da Torres neste domingo. O secretário se encontrava nos Estados Unidos, onde também está Bolsonaro.
Crime há tempos anunciado
Os atos terroristas deste domingo há muito vêm sendo planejados e estimulados pelo bolsonarismo. Desde o ano passado, Jair Bolsonaro e seus cúmplices seguem um roteiro muito parecido com o adotado pelo trumpismo nos Estados Unidos para atacar a democracia.
Como seu ídolo norte-americano, Bolsonaro atacou sistematicamente o processo eleitoral brasileiro, colocando dúvidas sobre a confiabilidade das urnas, com o claro intuito de, mais tarde, não reconhecer sua derrota.
Após perder nas urnas, Bolsonaro não reconheceu o resultado e, por meio do silêncio, acabou estimulando que golpistas bloqueassem estradas e acampassem em frente a quartéis do Exército em defesa de um golpe de Estado.
Essa mobilização levou a ações terroristas nas ruas de Brasília na noite de 12 de dezembro. O passo lógico seguinte seria o de promover em Brasília um episódio semelhante à invasão do Capitólio nos Estados Unidos. Esse passo foi dado no domingo (8).
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), novo ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, ressaltou, no entanto, que a maioria do povo brasileiro que paz e democracia e nnao apoia o terrorismo, que vem de uma minoria que deverá se ver com a lei.
Reação internacional em defesa do Brasil
A farsa bolsonarista e de seus apoiadores terroristas, no entanto, está mais do que evidente não só para as autoridades brasileiras comprometidas com a democracia como também para os líderes mundiais que se opõem ao autoritarismo da extrema-direita em todo o mundo.
Segundo o jornalista Jamil Chade, do portal UOL, entidades internacionais e governos estrangeiros, como os do Chile, do Equador e da Colômbia, rapidamente saíram em defesa da democracia brasileira.
O embaixador da União Europeia, Ignacio Ybánez, afirmou que o bloco mantém “todo o apoio às instituições brasileiras” e indicou que acompanhava com “grande preocupação os atos antidemocráticos” no Brasil.
Já Gustavo Petro, presidente da Colômbia, disse que “o fascismo decidiu dar um golpe” e pediu uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Da Redação