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Minas foi o estado ‘campeão’ no assédio eleitoral

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Minas foi o estado ‘campeão’ no assédio eleitoral

 

Ministério Público do Trabalho registrou 595 denúncias de coação patronal sobre trabalhadores em favor de Bolsonaro

 

Funcionárias de colégio de Varginha foram coagidas a usar camisas com número 22 – Reprodução redes sociais

Aloísio Morais

Menina dos olhos dos candidatos na eleição presidencial, Minas Gerais foi o estado campeão em número de denúncias de assédio eleitoral no segundo turno, quando a disputa ficou, naturalmente, mais acirrada. O Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou em Minas 595 denúncias de coação patronal sobre trabalhadores para favorecer a candidatura do presidente Jair Bolsonaro, que buscava a reeleição.

Varginha, na região Sul do estado, foi a cidade onde foi registrado o maior número de denúncias. Por coincidência, foi neste município que surgiu uma das primeiras denúncias que vieram a público sobre assédio a trabalhadores, como foi o caso do Colégio Adventista, cuja direção vendia camisas amarelas com o número 22 nas costas a seus funcionários, inclusive professores. A imediata intervenção do MPT e outros órgãos fez com que outras denúncias viessem à tona na cidade, totalizando 71.

Com a intensa atuação do MPT, pelo menos 60 Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) foram assinados com pequenas, médias e grandes empresas que, contrariando a legislação atuavam em favor da candidatura de Jair Bolsonaro usando os mais diversos artifícios de pressão contra seus trabalhadores. Apenas em Sete Lagoas, na Região Central de Minas, pelo menos 13 compromissos foram assinados com empresas dos mais diversos ramos de negócios.

Os últimos TACs foram assinados no dia 30 de outubro com a empresa Grão de Ouro Negócios Agropecuários, de Alfenas, no Sul de Minas, por fazer reunião com seus funcionários a fim de orientar o voto em favor de Bolsonaro. Também no dia da eleição, a unidade do MPT em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, obteve liminar contra o prefeito de Caratinga, Wellington Moreira de Oliveira, do PSD, que havia convocado todos os servidores a participarem de caminhada de apoio a Jair Bolsonaro e determinou a identificação de quem se recusassem a participar.