O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) encerrou a apuração do 2º turno das eleições 2022 exatamente às 00h18 de segunda-feira (31). Com 100% das urnas apuradas, Lula (PT) obteve 50,9% dos votos válidos, 60.345.999 votos, e venceu pela 3º vez a disputa pela presidência da República. O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), teve 49,1% dos votos válidos, 58.206.354 votos, e saiu derrotado.

O total de eleitores que compareceram às urnas foi de 124.252.796 milhões, o que corresponde a 79,41%. Portanto, a abstenção marcou 20,59%.

Dos eleitores que compareceram nas 472.075 seções eleitorais pelo país, segundo o TSE, o total de votos que foram nulos correspondeu a 3,16% e brancos 1,43%.

Histórico

A vitória de Lula teve diferença de 2.139.645 votos, o que correspondeu a 1,8%.

Os 60.345.999 votos confiados a Lula foram responsáveis pela maior votação dada a um candidato à presidência. Com isso, Lula quebrou o próprio recorde de 2006, quando teve 58.295.042 votos e foi reeleito para o seu 2º mandato.

Regiões

Das 5 regiões brasileiras, considerando os votos totais somados, Lula venceu apenas no Nordeste 69,34% contra 30,66% de Bolsonaro.

Bolsonaro venceu nas outras regiões: Centro-Oeste (Bolsonaro 60,21% X Lula39,79%), Norte (Bolsonaro 51,03% X Lula 48,97%), Sul ( Bolsonaro 61,84% X Lula 38,16) e Sudeste (Bolsonaro 54,26 X Lula 45,74%).

Apesar disso, os números não foram suficientes para que se reelegesse. A ampla vantagem de Lula no Nordeste, que corresponde a mais de 42 milhões de eleitores, e o bom resultado no Sudeste (quase 67 milhões de eleitores), em comparação às eleições anteriores, deram a vitória ao candidato do PT.

Lula venceu também no exterior, 51,28% x 48,72%. Estavam aptos a votar em países estrangeiros 697 mil brasileiros.

Estados

Ao se considerar os 26 estados e o Distrito Federal, o presidente eleito Lula venceu em 13 unidades e Bolsonaro em 14.

O único estado em que houve virada do 1º para o 2º turno foi no Amapá. Lula venceu na primeira vez por 45,67% contra 43,41%. Neste domingo (30), Bolsonaro venceu no estado com 51,36% contra 48,64% de Lula.

Decisivo para Lula, o presidente eleito venceu em todos os estados do Nordeste:

• Alagoas: 58,68 (Lula) X 41,32% (Bolsonaro)
• Bahia: 72,12% (Lula) X 27,88% (Bolsonaro)
• Ceará: 69,97 (Lula) X 30,03% (Bolsonaro)
• Maranhão: 71,14% (Lula) x 28,86% (Bolsonaro)
• Paraíba: 66,62% (Lula) X 33,38% (Bolsonaro)
• Pernambuco: 66,93% (Lula) X 33,07% (Bolsonaro)
• Piauí: 76,86% (Lula) X 23,14% (Bolsonaro)
• Rio Grande do Norte: 65,10% (Lula) X 34,90% (Bolsonaro)
• Sergipe: 67,21% (Lula) X 32,79% (Bolsonaro)

E também em:

• Minas Gerais: 50,20% (Lula) X 49,80% (Bolsonaro)
• Amazonas: 51,10% (Lula) X 48,90% (Bolsonaro)
• Pará: 54,75% (Lula) X 45,25% (Bolsonaro)
• Tocantins: 51,36% (Lula) X 48,64% (Bolsonaro)

Desde a eleição presidencial de 1989 – a primeira desde a redemocratização –, apenas dois estados apresentam resultados similares ao do conjunto do Brasil. Em 2022, Amazonas e Minas Gerais voltaram a repetir a sina de “espelhos eleitorais” do País.

Já Bolsonaro venceu nos demais estados:

• Rio de Janeiro: 56,53 (Bolsonaro) X 43,47% (Lula)
• São Paulo: 55,24% (Bolsonaro) X 44,76% (Lula)
• Espírito Santo: 58,04% (Bolsonaro) X 41,96% (Lula)
• Rio Grande do Sul: 56,35% (Bolsonaro) X 43,65% (Lula)
• Paraná: 62,40% (Bolsonaro) X 37,60% (Lula)
• Santa Catarina: 69,27% (Bolsonaro) X 30,73% (Lula)
• Mato Grosso: 65,08% (Bolsonaro) X 34,92% (Lula)
• Mato Grosso do Sul: 59,49% (Bolsonaro) X 40,51% (Lula)
• Goiás: 58,71% (Bolsonaro) X 41,29% (Lula)
• Distrito Federal: 58,81% (Bolsonaro) X 41,19% (Lula)
• Acre: 70,30% (Bolsonaro) X 29,70% (Lula)
• Rondônia: 70,66% (Bolsonaro) X 29,34% (Lula)
• Amapá: 51,36% (Bolsonaro) X 48,64% (Lula)
• Roraima: 76,08% (Bolsonaro) X 23,92% (Lula)

1º turno

No primeiro turno, em 2 de outubro, o presidente eleito teve 48,43% de votos válidos, contra 43,20% de Bolsonaro, que cumpre os seus dois últimos meses como mandatário. A vantagem em números absolutos foi de 6,1 milhões de votos no turno inicial para Lula – chamado de “fênix do Brasil” pelo jornal francês Le Monde.