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Como Bolsonaro transformou seu governo num balcão de negócios

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Como Bolsonaro transformou seu governo num balcão de negócios

 

Das 45 propostas do Executivo encaminhadas ao Congresso, somente sete foram aprovadas. Os “jabutis” bolsonaristas ficaram no caminho

 

Levantamento do UOL publicado nesta terça-feira (5), com base nas iniciativas que tramitam no Congresso, confirma: “os projetos defendidos pelo ‘bolsonarismo raiz’, mais ideológicos, naufragam”. Em contrapartida, as propostas “de viés econômico e, principalmente, os que miram no assistencialismo” – ou seja, os pacotes eleitoreiros – “ganham fôlego”. Com Bolsonaro, a relação entre executivo e Legislativo se transformou num desbragado balcão de negócios.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que garante apoio econômico a diversos segmentos deve ser aprovada nos próximos dias. A maioria de suas propostas já era defendida pela oposição desde o início da pandemia de Covid-19, mas o governo optou por acelerá-las (e com prazo de validade) a menos de cem dias das eleições. A ampliação das parcelas e do valor do Auxílio Brasil, o reajuste do vale-gás e o voucher-combustível para caminhoneiros estão no saco de bondades.

Conforme o UOL, das 45 propostas do Executivo encaminhadas ao Congresso, somente sete foram aprovadas. Os “jabutis” bolsonaristas ficaram no caminho. É o caso da regulamentação do homeschooling (ensino caseiro), da flexibilização do porte de armas e redução da maioridade penal. Alguns desses projetos até avançaram em uma outra comissão, mas estão invariavelmente parados.

Na opinião do analista André Santos, da Contatos Assessoria Política, a “base aliada instável” emparedou Bolsonaro, que, com rejeição em alta, aceitou liderar o fisiologismo junto à Câmara e ao Senado. Os partidos do Centrão, segundo Santos, “não têm alinhamento completo com Bolsonaro, mas votam com o governo em assuntos em comum, principalmente em projetos do agro e de retomada econômica”.

Em junho, o novo líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), já havia admitido, em entrevista ao O Globo, que a pauta bolsonarista estava esgotada e não tinha mais chances de avançar em 2022. “Num ano de eleição – e agora ainda mais perto da votação –, essas pautas de costume, assim como a reforma tributária, têm uma dificuldade maior de passar”.

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