Brasil é o 2º pior país do mundo para aposentados
Brasil é o 2º pior país do mundo para aposentados
Na 43ª posição, país só ganha da Índia e perde para emergentes, como Chile, México e Colômbia em grupo de 44 países
Publicado pelo Portal Vermelho
Graças aos governos do ex-presidente Michel Temer (MDB) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil é o segundo pior país do mundo para os aposentados. O apontamento faz parte do ranking global da empresa norte-americana Natixis Investiment Managers e levou em consideração quatro pontos principais na vida de quem já deixou o mercado de trabalho: saúde, bem-estar, qualidade de vida e finanças.
Entre os 44 países analisados – as maiores economias mundiais, o Brasil aparece em 43º, ou seja, na penúltima posição, perdendo apenas para a Índia. Segundo a pesquisa, a inflação crescente, seguida do aumento nos preços do petróleo, alimentos e habitação que ocorreram em 2022, foram os motivos que contribuíram para a queda na qualidade de vida dos aposentados e no seu poder de compra.
Para além disso, a péssima posição do Brasil nesse levantamento é uma clara herança do golpe que destituiu a presidente Dilma Rousseff (PT) dando início à escalada da retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
A herança deixada por Michel Temer, pai da reforma Trabalhista (2017), que acabou com mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), “aperfeiçoada” pelo presidente Jair Bolsonaro, que mandou para o Congresso a proposta de reforma da Previdência (2019) – aprovada pela maioria dos parlamentares, acabou com o sonho de aposentadoria de milhões de trabalhadores. Os únicos setores que saíram beneficiados com as duas reformas foram o empresariado e o financeiro.
Em entrevista para a CUT, a economista Denise Gentil, especialista em Previdência e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembrou que a reforma Trabalhista legalizou o trabalho precário, o bico, a terceirização, o pagamento por hora e ‘uberizou’ as relações de trabalho.
“Sem renda, ganhando algumas vezes menos do que o salário-mínimo, o trabalhador não consegue contribuir com a Previdência, e se ficar dois, três anos sem pagar ele perde o vínculo com o INSS. Para piorar, dois anos depois, em 2019, vem a reforma da Previdência que passou a fazer uma série de exigências, aumentando a idade de aposentadoria de homens e mulheres, mais tempo de contribuição e reduziu o ganho final. Por isso, não me surpreende estarmos no fim da fila de melhores países para a aposentadoria”, comentou.
Ranking
O ranking é liderado pela Noruega, seguido pela Suíça e Islândia. Três países da América Latina conquistaram melhores colocações: Colômbia, México e Chile. Os três, porém, possuem baixos índices de bem-estar na aposentadoria, abaixo de 40%. No caso do Brasil, o índice é de 4%.
Por outro lado, o Brasil aparece em primeiro lugar no quesito taxa de juros, que garante uma remuneração maior para a poupança feita para a aposentadoria.
O documento ainda mostra que a inflação em alta deve ser foco de preocupação para futuros aposentados, que precisarão se organizar ainda mais financeiramente, buscando investimentos que garantam qualidade de vida.
Veja a posição dos países no ranking global de aposentadoria
1 – “Noruega
2 – Suíça
3 – Islândia
4 – Irlanda
5 – Austrália
6 – Nova Zelândia
7 – Luxemburgo
8 – Holanda
9 – Dinamarca
10 – República Tcheca
11 – Alemanha
12 – Finlândia
13 – Suécia
14 – Áustria
15 – Canadá
16 – Israel
17 – Coreia do Sul
18 – Estados Unidos
19 – Reino Unido
20 – Bélgica
21 – Eslovênia
22 – Japão
23 – Malta
24 – França
25 – Estônia
26 – Polônia
27 – Cingapura
28 – Portugal
29 – Chipre
30 – Eslováquia
31 – Itália
32 – Hungria
33 – Lituânia
34 – Chile
35 – Letônia
36 – México
37 – Rússia
38 – Espanha
39 – China
40 – Grécia
41 – Turquia
42 – Colômbia
43 – Brasil
44 – Índia
O Índice Global de Aposentadoria Natixis começou a ser feito em 2012 e engloba os países com economia desenvolvida, como os membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e os grandes emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).
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Com informações de agências