LULA: “EU VOU PRA RUA, SER CABO ELEITORAL DA DILMA”
Apesar da queda da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas e a insistência da pergunta sobre seu retorno à política, o ex-presidente Lula reafirmou que não será candidato nas eleições de outubro. “Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, vou pra rua fazer campanha pra Dilma”, disse o petista em entrevista à RTP, de Portugal. A conversa com a jornalista Cristina Esteves foi gravada na última sexta-feira, durante visita de Lula a Lisboa pelos 40 anos da Revolução dos Cravos, e divulgada neste domingo pelo Instituto Lula.
“Em política, a gente nunca pode dizer nunca, mas eu acho que eu já cumpri com a minha tarefa no Brasil. Eu sonhava em ser presidente porque eu queria provar que eu tinha mais competência para governar o País do que a elite brasileira. E provei”, afirmou o ex-presidente. Questionado sobre críticas à gestão de sua sucessora na presidência do País, respondeu, com confiança: “a Dilma é uma mulher de extrema competência. Ela vai ganhar as eleições”.
Lula falou sobre o julgamento da Ação Penal 470, o chamado ‘mensalão’, segundo ele, “um massacre que visava destruir o PT”. Em sua avaliação, o julgamento do Supremo Tribunal Federal teve “80% de decisão política e 20% jurídica”. Questionado sobre o fato de que a corte prendeu seus companheiros de partido, ele acrescentou: “tem companheiro do PT preso, eu indiquei seis pessoas da corte que julgaram, eu acho que cada um cumpre o seu papel. Mas eu acho que não houve mensalão, essa história vai ser recontada”.
Ao comentar as manifestações, voltou a dizer que as pessoas estão saindo para as ruas porque “querem mais”, ressaltando as políticas sociais do governo, que tirou 36 milhões de brasileiros da miséria absoluta. Segundo Lula, não há por que temer os protestos durante a Copa do Mundo. “Deixa o povo ir pras ruas, um povo vai pra rua protestar e outro pra assistir um jogo. O importante é garantir a segurança dos jogadores”, disse. Rebatendo críticas a respeito de gastos com obras para o Mundial, disse que tudo o que tem sido construído “vai ficar para o País, a Fifa não vai levar embora”.
Assista aqui à integra da entrevista.
Brasil 247