Relatório de órgão do governo comprova qualidade e inclusão pela Lei de Cotas
Relatório de órgão do governo comprova qualidade e inclusão pela Lei de Cotas
Ao completar 10 anos, Lei de Cotas traz avaliação de diversos setores que reafirmam sua efetividade como política afirmativa.
Publicado pelo Portal Vermelho
Relatório do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, órgão vinculado ao Ministério da Economia, aponta que a Lei de Cotas ( Lei Federal 12.7111), que completou dez anos neste mês de agosto, foi responsável por inclusão social nas universidades sem prejuízo à qualidade, ou seja, o desempenho dos alunos cotistas se equiparou aos alunos não cotistas.
A publicação chama a atenção devido ao fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) já ter se manifestado publicamente contra as cotas. Conforme traz reportagem da Folha de São Paulo, a Lei que reserva 50% de vagas para estudantes que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas, com parte destinada para pretos, pardos, indígenas e pessoas deficiência, contrariou suposições de que a Lei prejudicaria a qualidade do ensino.
Leia também: 10 anos da Lei de Cotas: Desempenho de cotistas se equipara aos demais alunos
A verdade é que as cotas têm conseguido cumprir o seu papel de levar os grupos mencionados aos cursos superiores, democratizando o acesso ao ensino público ao aproximar o percentual de representatividade das universidades ao encontrado na população, como aponta o relatório.
Segundo a Folha, os ingressantes no ensino superior de baixa renda (1,5 salário mínimo), passaram de 50% em 2011 para 70% em 2019 nas instituições federais. Na subdivisão que consta as cotas raciais, a porcentagem chega a 51%.
Ao avaliar o desempenho, o relatório aponta que os cotistas ingressam com notas do Enem de 2% a 8% inferiores, mas que isso não afeta os resultados, pois o desempenho ao longo do curso é similar. Além disso, a nota do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), aplicada aos estudantes recém-formados, é próxima ou superior pelos cotistas.
Leia também: “As pessoas prosperam por meio da política de cotas”, diz advogado Ewerton Carvalho
Em nota à reportagem da Folha, o Ministério da Economia disse que o relatório não externa a posição do governo federal, o Ministério da Educação não se pronunciou até a publicação.
Entenda a Lei
A Lei de Cotas estabeleceu que universidades e instituições de ensino federais reservem 50% de vagas para estudantes que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas.
Para alcançar a vaga é preciso atingir a nota estabelecida pela instituição. Parte dessas vagas são subdivididas para alunos oriundos de famílias renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa. Outra parte para alunos com renda superior a 1,5 salário mínimo por pessoa.
Além disso, parcela dessas vagas são destinadas para pretos, pardos e indígenas. Essas cotas raciais devem corresponder à quantidade de habitantes pertencentes aos respectivos grupos no estado em que está a instituição de ensino. Uma cota da reserva de vagas também fica para pessoas deficiência.
Com informações Folha de São Paulo