Presidente do TSE descarta qualquer possibilidade de golpe de Estado
Presidente do TSE descarta qualquer possibilidade de golpe de Estado
Alexandre de Moraes se reuniu com comandantes-gerais da Polícia Militar e debateu a possibilidade de proibir o porte de armas no dia da votação
Publicado pelo Portal Vermelho Reunião com os comandantes militares (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, tem sido implacável na defesa do sistema eleitoral brasileiros e na sinalização de que as eleições transcorrerão normalmente no dia 2 de outubro. Em reunião na terça-feira (23) com integrantes do Pacto pela Democracia, o ministro garantiu não haver qualquer possibilidade de golpe.
“O principal recado dele foi o de sermos mais propositivos do que reativos. Não dá mais para a gente ficar respondendo ameaças de golpe. Ele deu a entender que essa opção está descartada”, afirmou Paulo José Lara, coordenador do Programa de Direitos Digitais da Artigo 19, uma das mais de 200 organizações da sociedade civil que compõem o Pacto, em entrevista ao Direto da Redação, programa no canal de CartaCapital no Youtube.
“Ele disse que tem conversado com muitos políticos e está muito seguro. A grande maioria, mesmo quem apoia Bolsonaro, diz que não coloca em dúvida o resultado”, completou.
Leia mais: Ação da PF contra golpistas revela que país não aceitará ataque às urnas
Além da segurança no processo, Moraes tem demonstrado na prática que não vai tolerar qualquer ameaça ao processo eleitoral e nem tampouco à democracia. Por autorização dele, no mesmo dia em que se reunia com o Pacto, a Polícia Federal realizava operação de busca e apreensão contra empresário bolsonaristas que defenderam o golpe de Estado em grupo de Whatsapp.
Nesta quarta-feira (23), o presidente do TSE se reuniu com 23 comandantes-gerais da Polícia Militar dos estados. Na reunião, marcada para discutir a segurança durante o período eleitoral, debateu-se a possibilidade de proibir o porte de armas para a categoria de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) no dia 2 de outubro, data da votação do primeiro turno.
A preocupação é que não se repita episódios como o assassinato a tiros do dirigente do PT em Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Arruda. O guarda municipal foi morto pelo bolsonarista e agente penitenciário Jorge Guaranho. O crime está sendo considerado de ódio político.
Além disso, foi debatida a instalação de um núcleo de inteligência na Presidência do Tribunal para a análise das informações produzidas, com três membros indicados pelo Conselho Nacional de Comandantes-Gerais (CNCG) e três pelo TSE.
Moraes destacou a total confiança que a Justiça Eleitoral deposita nas Polícias Militares e a capilaridade das corporações, presentes em todas as zonas eleitorais do país. “Somente a Polícia Militar, o Judiciário, o Ministério Público e as mesárias e os mesários estão presentes [no dia da eleição] em todas as zonas eleitorais”, disse ele aos presentes.
“Os mecanismos de segurança pública devem se comportar com isenção, tranquilidade e parcialidade para que possam atuar como instituições de Estado que são, e não instituições de governo”, defendeu o comandante-geral da PM de Rondônia, James Padilha.
Repercussão
O líder da minoria na Câmara, Alencar Santana (PT-SP), elogiou a intenção de Moraes: “Excelente notícia! Em julho fiz a petição ao TSE para que nos dias de eleições o porte de armas seja suspenso, para garantir maior segurança nesse processo eleitoral. Muito bom que o ministro Alexandre avance nesse sentido”.