Medvedev: Golpistas em Kiev arrastam a Ucrânia a uma guerra civil
O premiê russo, Dmitri Medvedev, afirmou nesta terça-feira (15) que a população ucraniana compreendeu as verdadeiras intenções dos usurpadores do poder em Kiev, depois de comentar os acontecimentos no sudeste do vizinho país.
Em sua página no Facebook, Medvedev associou a onda de descontentamento popular em numerosas cidades do oriente da Ucrânia com o desejo das pessoas de uma sociedade mais justa, e alertou que as ações dos golpistas arrastam o país a uma guerra civil.
Por outro lado, o premiê considerou como uma das causas fundamentais da tragédia ucraniana o fato de que as autoridades legítimas então não fizeram tudo que foi possível desde o começo para manter a ordem nas regiões e evitar a ocupação de sedes governamentais.
O governo anterior se reduziu a zero e não pôde manter a ordem quando começaram os assaltos em massa das instituições do Estado, enfatizou Medvedev em seu comentário.
O premiê russo chamou a atenção ao fato do poder na Ucrânia ter passado dos combatentes armados a bandidos em Kiev. Víktor Ianukovitch foi derrubado ilegitimamente e por isso continua sendo o presidente legal da Ucrânia, afirmou.
Ao mesmo tempo questionou os governantes ilegítimos em Kiev que atentam contra algo que eles originaram.
O golpe de Estado gerou os protestos populares nas regiões do leste e sul ucraniano, e o vazio de poder se completou com o caos, sublinhou o chefe de Governo.
Para Medvedev, o povo ucraniano deve ter a oportunidade de eleger seu destino, sem a pressão de usurpadores, nacionalistas, bandidos, nem também com tanques nem visitas secretas do diretor da Agência Central de Inteligência (CIA).
O dirigente russo reivindicou os direitos dos cidadãos a participar na formação de um estado ucraniano, que se fundamente na igualdade dos povos e de idiomas, em referência a uma necessária e profunda reforma constitucional nessa república ex-soviética, que reflita os interesses de todas as regiões.
Os protestos anti-governo promovidos pela oposição pró-ocidente a final de novembro de 2013, sob a palavra de ordem da integração europeia, deveio tomada de poder à força na Ucrânia e a derrocada do presidente Ianukovitch, depois de um cenário violento nas ruas de Kiev e outras cidades.
O não reconhecimento das autoridades golpistas e de seus colaboradores nas regiões é a causa principal dos protestos populares no sudeste do país e dos pedidos de federalização.
No meio de uma atmosfera de tensão social, foi divulgado que o diretor da CIA, John Brennan, se reuniu este fim de semana em segredo com a alta hierarquia dos corpos repressivos e o auto-proclamado presidente interino Alexander Turchinov.
Fonte: Prensa Latina