História em Pedaços!
Gente boa do Blog,
A Academia Catalana de Letras recorda que, antigamente o exercício da medicina era muito difícil e exigia grande dedicação e esforço por parte do profissional.
O médico viajava a cavalo para atender doentes nas fazendas, não raro fazia partos à luz de lamparina, além do que, não existiam exames tampouco aparelhos precisos para diagnosticar doenças. Sem grande exagero, o médico tinha que ter microscópio na ponta dos dedos, raio x nos olhos, além de ouvidos bem apurados para auscultar, com precisão, as batidas de um coração.
Desse modo, somente com grande esforço e tenacidade era possível atendimento médico em Catalão até a metade do século passado. Com as inaugurações do Hospital Nasr Fayad (1957) e da Santa Casa de Misericórdia (1959), o corpo clínico e o aparato instrumental da medicina se modernizaram bastante no município.
Foto: Nosso Catalão
Um exemplo de médico da velha guarda, que ficou na memória dos habitantes de Catalão, foi Dr. Jamil Sebba. Em 1937 montou seu consultório numa das esquinas da Praça da Velha Matriz, época em que Catalão tinha somente dois outros médicos, Luiz de Alcântara de Oliveira e David Persicano, ambos de fora.
Jamil Sebba, por sua vez, nasceu na zona rural de Catalão, em 1913, no Distrito de Santo Antônio do Rio Verde. Seus pais eram imigrantes libaneses que se conheceram e casaram em Catalão. Jamil estudou no Colégio Sagrada Família, dos padres agostinianos, logo depois na escola de Dona Iaiá e posteriormente no Diocesano de Uberaba. No início da década de 1930 foi para o Rio de Janeiro, ingressando na Escola de Medicina e Cirurgia da Guanabara. Depois de 1937, como médico, em Catalão, tornou-se tão estimado e popular que sua presença trazia para os doentes um alívio antecipado, tal a confiança que inspirava. Na sua vida rotineira e simples, Dr. Jamil, como era conhecido, fez-se grande e importante para os moradores da época.
Casou-se com a pianista Odette Fayad, com quem teve três filhos. Seu sogro, Nasr Fayad construiu o primeiro hospital de Catalão, entregando-o a seu filho Dr. William Fayad e a Dr. Jamil Sebba. Se bem que, Dr. Jamil fez parte também da Santa Casa, nos primórdios, atuando na edificação e montagem daquele hospital.
Ao lado da profissão, Jamil Sebba foi um escritor, cronista que registrou, com humor, inúmeros fatos ligados ao folclore e tradição de Catalão. Amante dos esportes cooperou, desde a juventude, com o time “Leão do Cerrado”, Catalão Futebol Clube, uma das primeiras equipes da região, comandada por Nassin Agel.
Publicou um livro de crônicas, “Deus é mesmo goiano”, onde relata experiências que teve no exercício da medicina no município, além de outras reminiscências. Foi um membro atuante da Academia Catalana de Letras.
Por: Luís Estevam