História em Pedaços!
Gente boa do Blog,
A Academia Catalana de Letras relembra que,
de outubro a dezembro, Catalão era uma festa no campo. As coletas de gabiroba e de pequi entretinham os moradores nas horas de lazer e eram agradáveis acontecimentos sociais.
Uma das diversões mais esperadas da população catalana, até a metade do século passado, era sair para o mato catando gabirobas. No entorno da cidade, principalmente nas áreas de cerrado ralo, existiam centenas de pés de gabiroba, uma planta perene, muito rústica, que se desenvolve naturalmente em campo aberto e ambientes mais secos. Nos pequenos arbustos, dezenas de frutinhas amadureciam na primavera e eram muito apreciadas pela população.
A cata da gabiroba era uma atividade coletiva. Famílias se ajuntavam, geralmente no período da tarde, e partiam para o campo. Todo final de ano, as áreas mais próximas da cidade ficavam apinhadas de gente carregando baldes, caldeirões, bacias e cestos, percorrendo o mato, palmo a palmo, na colheita da pequena fruta. Meninos correndo e brincando entre os arbustos, mulheres alegres, conversando alto, seguindo os passos dos homens, mais preocupados em selecionar as melhores gabirobeiras e adivinhando a presença de répteis por debaixo de cada arbusto. Se chovia, todos molhavam porque, no cerrado ralo, quase não existiam árvores frondosas para refúgio de temporais. E, nessa época do ano, chuva e sol se alternavam no cerrado. Por isso, a maioria das mulheres sempre levava a sombrinha a tiracolo.
Sair em bloco, procurando gabirobas maduras, tinha os seus perigos. Como as pessoas circulavam por todo o campo, enfiando a mão nos arbustos espalhados, fatalmente alguém descobriria uma cobra ou seria descoberto por ela.
Para os que não conhecem, a gabiroba é uma frutinha arredondada, menor do que uma jabuticaba.